Prefeito de Trizidela do Vale (MA) aluga casas em outros municípios para alojar parte dos 8.153 desabrigados por conta da chuva

Cerca de 80% do município foi atingido pela cheia do rio Mearim; em outros Estados do Nordeste, água começou a baixar no final de semana

DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA

Com cerca de 80% das casas debaixo d'água por causa das chuvas que atingem o Nordeste, o prefeito Jânio de Sousa Freitas, de Trizidela do Vale, cidade de 18,3 mil habitantes do interior do Maranhão, resolveu alugar casas nos municípios vizinhos a fim de alojar parte da população.
O local é um dos mais afetados do Estado. Já contabiliza 3.643 pessoas desalojadas e 4.510 desabrigadas por causa da cheia do rio Mearim.
Ontem, uma canoa virou e duas pessoas desapareceram. Os moradores têm usado botes e coletes salva-vidas para circular pelo município, onde todas as saídas estão inundadas.
"A situação está muito triste por aqui, o povo todo no meio da rua, sem ter o que comer", afirmou, por telefone, a agricultora Ana Lucena, 52.
Em todo o Maranhão, o número de desabrigados e desalojados continua a subir. Até ontem, 65.991 pessoas estavam alojadas em casas de parentes ou em abrigos. Dos 217 municípios maranhenses, 72 já decretaram situação de emergência.
A Defesa Civil do Estado revisou de nove para sete o número de morte causadas pelas chuvas. Segundo o órgão, duas mortes que estavam sendo contabilizadas não tinham ligação com o desastre. Em todo o Nordeste, o total de mortos desde o início de abril é de 32.
No restante da região Nordeste, as águas começaram a baixar no final de semana.
No norte do Ceará, região mais atingida pela cheia no Estado, as águas do rio Acaraú baixaram 1,4 m desde a manhã de sábado até a tarde de ontem, segundo a Guarda Civil de Sobral. Cerca de 44 mil pessoas, porém, continuam fora de casa.
Em Salvador, mesmo com a diminuição das chuvas, a Defesa Civil continuou recebendo chamados de deslizamento de terra devido ao solo encharcado. Ontem haviam sido notificados 70 deslizamentos de terra, todos sem vítimas.


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