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PM reunirá oficiais para discutir caso do motoboy
"Lamentamos profundamente a morte, mas só lamentar não adianta", diz porta-voz
Família do rapaz morto nega que ele portasse revólver
na noite do crime, como afirmaram em depoimento os policiais suspeitos
JULIANNA GRANJEIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DO "AGORA"
O porta-voz da PM de São
Paulo, capitão Marcel Lacerda
Soffner, afirmou ontem que haverá uma reunião, em breve,
com todos os oficiais superiores da corporação para discutir
o caso do motoboy Alexandre
Menezes dos Santos, morto
após ser abordado por policiais.
O caso já resultou na prisão
de quatro policiais suspeitos e
no afastamento de dois comandantes da área onde atuam.
"Nós lamentamos profundamente a morte do Alexandre,
mas só lamentar não adianta",
afirmou o porta-voz.
"Vamos fazer uma reunião
com todos os oficiais superiores do Estado para discutir esses fatos."
Investigação
Soffner disse que foram abertos um inquérito policial militar e um processo administrativo disciplinar. O comando de
policiamento da região sul é o
responsável pela investigação.
"Eles [os policiais suspeitos]
foram ouvidos pela autoridade
policial militar, mas não tenho
acesso ao que eles alegaram. A
Justiça Militar é mais rígida,
eles permanecem presos e não
há possibilidade de fiança."
Sobre o afastamento do tenente-coronel Gerson Lima de
Miranda, do 22º Batalhão de
Polícia Militar Metropolitano,
e do capitão Alexander Gomes
Bento, da 3ª Companhia do 22º
Batalhão, Soffner disse que a
PM respeita a decisão da Secretaria de Segurança Pública.
"Diante da gravidade, há necessidade de medidas enérgicas."
Arma
Segundo o capitão, uma arma
foi apreendida pela Polícia Civil
no dia do crime, mas ainda não
é possível afirmar se ela era do
motoboy. A família do rapaz
afirma que ele não portava um
revólver, como afirmaram os
PMs em depoimento.
A mãe do motoboy, que presenciou o espancamento do filho, disse que durante a surra
caíram a carteira e o celular do
rapaz e que, se ele estivesse
com uma arma, ela teria caído.
Ela diz ainda ter certeza de
que a arma foi colocada pelos
policiais junto ao corpo do filho
quando ele foi levado pelos
PMs ao Hospital Municipal do
Jabaquara (zona sul de SP).
"Eu me sinto envergonhada,
enganada. Sempre achei muito
bonito ser policial. Hoje tenho
vergonha de ver policiais tentando forjar uma arma para
acusar meu filho", afirmou. "É
muita tristeza."
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