São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

Texto Anterior | Índice

PEDOFILIA

Delegada diz que não quer dar "brecha" a contestações

Polícia continua busca por provas em apartamento de norte-americano

MANUELA MARTINEZ
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Dois dias depois de prenderem o advogado norte-americano Lawrence Allen Stanley, 47, agentes da Polícia Federal da Bahia continuavam vasculhando o apartamento dele em busca de mais provas que possam ligá-lo à pedofilia. Acusado de comandar uma rede internacional de pedofilia, Stanley foi preso no último sábado por 15 agentes da PF. Em seu apartamento, foram encontrados disquetes, filmes, vários negativos e fotografias de garotas em poses supostamente eróticas.
"Apesar de já termos encontrado material suficiente para incriminá-lo, estamos à procura de mais documentos para não dar brecha às contestações", disse a delegada Rita Sanches, que comandou a prisão de Stanley.
Ontem, em depoimento à PF, Stanley negou participação na edição e transmissão de fotos eróticas para sites internacionais.
"O material que estava em minha casa era para que eu pudesse promover uma revisão, já que eu sou advogado contratado pelo site que hospedava as imagens."
Ainda em seu depoimento, ele disse que pedia autorização aos pais das crianças e que as garotas eram fotografadas no litoral norte da Bahia com roupas de praia.
Condenado pela Justiça holandesa por atentado violento ao pudor e abuso sexual de três crianças, Stanley também já foi processado pela Justiça Federal dos EUA por distribuir pornografia infantil, segundo a PF.
Para chegar ao acusado, a PF contou com a ajuda da Interpol e do motorista de táxi Francisco Ciotti Filho, que trabalhou para o acusado durante três anos.
Após receber o mandado de prisão, expedido pelo juiz Wilson Alves de Souza, da 7ª Vara da Justiça Federal, o motorista foi abordado pelos agentes que o convenceram a levá-los à casa do norte-americano. No momento em que foi preso, segundo a PF, Stanley transmitia fotos pela internet.
Ele chegou ao Brasil há quatro anos. Após desembarcar em São Paulo, seguiu para Salvador, onde montou um estúdio fotográfico na praça Castro Alves (centro).
No documento encaminhado a Souza, a PF disse que Stanley geria rede de pornografia infantil com atuação em vários países.
O pedido de prisão temporária de Stanley vence quinta-feira.



Texto Anterior: Chuvas: Um morre e 300 famílias ficam desabrigadas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.