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Força policial garante liberdade de acesso, diz professora da USP
Maria Herminia Almeida, do Departamento de Ciência Política da FFLCH, diz que protestos são promovidos por pequenos grupos
"O grave é existirem grupos dentro da universidade que apostam em confrontos como esse. Houve uma aposta na radicalização"
Leonardo Wen/Folha Imagem
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Estudantes da USP colam cartazes de apoio à greve, na Faculdade de História, em São Paulo
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os protestos na USP foram
promovidos por pequenos grupos da universidade, diz a professora Maria Herminia Tavares de Almeida, do Departamento de Ciência Política da
FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Para ela, não há problema
estrutural na universidade.
FOLHA - Como a sra. analisa a situação na USP?
MARIA HERMINIA TAVARES DE ALMEIDA - As coisas não começaram
ontem [anteontem, dia do confronto]. Começou com um pequeno grupo de funcionários
grevistas, que, ao começar a
campanha salarial, já quis ocupar a reitoria. Depois, uma parcela minoritária de alunos, de
alguns departamentos, decidiu
impedir a entrada dos demais.
Como você garante que os
alunos que querem ter aula
possam ter aula, que os funcionários que querem trabalhar
possam trabalhar? Em um Estado de Direito, quem garante a
liberdade de acesso e a defesa
do patrimônio público é a força
policial.
Além disso, na televisão, parece que os manifestantes foram atacados sem razão. Mas
eles provocaram.
O grave é existirem grupos
dentro da universidade que
apostam em confrontos como
esse. Houve uma aposta na radicalização.
FOLHA - Quais são esse setores?
MARIA HERMINIA - A liderança do
sindicato dos funcionários
[Sintusp] e uma ala do movimento estudantil.
FOLHA - A reitora precisava ter pedido a presença policial?
MARIA HERMINIA - Ela não chamou a polícia, pediu reintegração de posse à Justiça. A reitora
estava no seu dever. A reitoria
existe para, entre outras coisas,
garantir o funcionamento da
universidade. Talvez tenha faltado explicar melhor o que estava fazendo.
FOLHA - Como a sra. avalia as reivindicações dos grevistas?
MARIA HERMINIA - Conflito salarial tem em qualquer lugar. Os
salários na USP não são excepcionalmente altos, todos sabem. O problema é começar
uma negociação sobre salário
invadindo o prédio da direção
da universidade.
FOLHA - A reitora deveria renunciar?
MARIA HERMINIA - Isso me parece uma reivindicação despropositada. Ela foi eleita, tem
mandato até o final do ano.
FOLHA - O confronto expõe um
problema estrutural na USP?
MARIA HERMINIA - É ação de uma
minoria. A USP funcionava
normalmente. Mas grupos reduzidos podem fazer problemas grandes.
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