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Consumidor espera 10 minutos em call center apesar de lei
Oito empresas, entre 28, foram reprovadas em teste feito pela Folha; regra entrou em vigor há 1 ano e meio
Serviço Fale com o Presidente, da TAM, teve pior desempenho; governo já multou
12 companhias
MÁRCIO PINHO
DE SÃO PAULO
Um ano e meio após as novas regras para os call centers terem entrado em vigor,
a companhia aérea TAM ainda deixa o consumidor ouvindo intermináveis musiquinhas por mais de dez minutos sem atendê-lo.
A espera máxima deveria
ser de 60 segundos pelo decreto que regulamentou os
SACs (serviços de atendimento ao cliente) em 2008.
O serviço Fale como Presidente, da TAM, teve o pior
desempenho entre 28 empresas testadas pela Folha -oito foram reprovadas. Após
esperar por dez minutos, a
reportagem fez como muitos
consumidores: desistiu.
A TAM é uma das 12 empresas já multadas pelo
DPDC -órgão do Ministério
da Justiça. Poderá ter de pagar mais de R$ 3 milhões -os
processos ainda não foram finalizados, pois as empresas
apresentam defesa.
Em São Paulo, o Procon já
aplicou multas de valor semelhante a Telefônica, Claro,
Tim e Vivo, entre outras. No
total, foram R$ 35 milhões de
multas a 43 empresas.
O mau desempenho do setor de telefonia também se repetiu no teste da Folha. A Vivo levou a "medalha de prata" -4min30s. A Telefônica
nem tem a opção "falar com
atendente" no menu inicial.
No setor de TV a cabo, a
TVA se destacou, com espera
de cerca de três minutos numa das tentativas.
Em saúde, a Medial chega
a informar na gravação que o
SAC "é exclusivo para atendimento em conformidade
com o decreto 6523/ 08". Em
seguida, descumpre-o com
2min36s de música.
BALANÇO
Para Juliana Pereira, do
DPDC, o fato de 19 empresas
terem tido bons resultados
mostra um saldo positivo nos
primeiros 18 meses.
Ela diz, porém, que os
SACs precisam ser melhorados. E isso passa pela ação
dos Procons e pela conscientização das empresas. "Elas
precisam ver que, após 20
anos do Código de Defesa do
Consumidor, os clientes estão mais exigentes. Quando
não se sentem satisfeitos, trocam de empresa."
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