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Secretário ameaçado usa disfarce
da Sucursal do Rio
O professor universitário e médico Edmilson Migowski afirma
que pensava ter vivido as mais fortes emoções de sua profissão servindo como major no Corpo de
Bombeiros.
Desde que começou a receber
ameaças de morte por telefone,
Migowski, 38, coordenador da Vigilância Sanitária da Secretaria da
Saúde do Estado do Rio -responsável pela maioria das interdições
de distribuidoras e farmácias ilegais-, passou a ter uma rotina de
vida "neurotizante".
Casado, com um filho de 10
anos, adotou táticas de despistamento que incluem disfarces, trocas constantes de carros e de lugares frequentados e um monitoramento permanente de seus passos
por amigos.
Sem segurança particular
-"Não tenho dinheiro para isso"-, ele e sua família contam
com a proteção do condomínio de
classe média alta na Barra da Tijuca (zona sul) onde moram.
A PM (Polícia Militar) fez a segurança da casa de Migowski por três
dias. O caso não chegou a ser investigado pela polícia porque, segundo ele, as ligações eram rápidas, por vezes atendidas por assessores, e não chegaram a ser rastreadas.
Os telefonemas ameaçadores
contra Migowski já pararam, mas
surgiram outros, contra novos
protagonistas, entre eles, o próprio ministro José Serra (Saúde).
"Mas não estou relaxado", disse
Migowski à Folha, pouco antes de
embarcar ontem, com destino não
revelado, para fazer um curso de
pesquisa clínica fora do Rio.
A atividade vai preencher os 15
dias que tirou de férias, após as
pressões sofridas.
Sua família também se afastará
da cidade, mas não irá para o mesmo lugar, afirma Migowski. Na
volta, ele diz que vai reassumir o
posto que pensara em abandonar.
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