São Paulo, quinta, 11 de junho de 1998

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Secretário ameaçado usa disfarce

da Sucursal do Rio

O professor universitário e médico Edmilson Migowski afirma que pensava ter vivido as mais fortes emoções de sua profissão servindo como major no Corpo de Bombeiros.
Desde que começou a receber ameaças de morte por telefone, Migowski, 38, coordenador da Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado do Rio -responsável pela maioria das interdições de distribuidoras e farmácias ilegais-, passou a ter uma rotina de vida "neurotizante".
Casado, com um filho de 10 anos, adotou táticas de despistamento que incluem disfarces, trocas constantes de carros e de lugares frequentados e um monitoramento permanente de seus passos por amigos.
Sem segurança particular -"Não tenho dinheiro para isso"-, ele e sua família contam com a proteção do condomínio de classe média alta na Barra da Tijuca (zona sul) onde moram.
A PM (Polícia Militar) fez a segurança da casa de Migowski por três dias. O caso não chegou a ser investigado pela polícia porque, segundo ele, as ligações eram rápidas, por vezes atendidas por assessores, e não chegaram a ser rastreadas.
Os telefonemas ameaçadores contra Migowski já pararam, mas surgiram outros, contra novos protagonistas, entre eles, o próprio ministro José Serra (Saúde).
"Mas não estou relaxado", disse Migowski à Folha, pouco antes de embarcar ontem, com destino não revelado, para fazer um curso de pesquisa clínica fora do Rio.
A atividade vai preencher os 15 dias que tirou de férias, após as pressões sofridas.
Sua família também se afastará da cidade, mas não irá para o mesmo lugar, afirma Migowski. Na volta, ele diz que vai reassumir o posto que pensara em abandonar.



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