São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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CÂMARA

Alegando falta de discussão de temas complexos, vereadores tentam iniciar o recesso sem votar itens como o Plano Diretor

Base aliada ameaça adiar projetos de Marta

MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Vereadores da base aliada se rebelaram ontem na Câmara Municipal e ameaçaram encerrar os trabalhos do primeiro semestre sem votar projetos vitais do Executivo, como o Plano Diretor e a criação das subprefeituras.
Em manobra que contou com o apoio da oposição, membros de partidos como PL, PMDB e PDT, que são fundamentais para que o PT consiga maioria, ameaçaram votar o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2003. Caso a LDO fosse aprovada, a Câmara entraria automaticamente em recesso, como prevê a Lei Orgânica do Município.
A falta de acordo com os vereadores da base governista obrigou o PT a derrubar as sessões marcadas para ontem. Com isso, nenhum projeto foi votado.
O descontentamento, segundo os próprios vereadores, é com a pressa da prefeitura em aprovar projetos complexos.
Mas alguns parlamentares, que não quiseram se identificar, acusam o governo de não ter cumprido o acordo de trocar os votos da base por cargos.
A estratégia do governo tem sido adiar a votação da LDO até que os projetos considerados prioritários sejam aprovados. Há 18 deles na pauta. Por isso, o recesso parlamentar, que costuma ocorrer a partir de 1º de julho, está atrasado.
"A Câmara não vai votar projetos que não conheça", disse Paulo Frange (PTB). Segundo o vereador, as mudanças feitas nos projetos do Plano Diretor e das subprefeituras não foram discutidas.
A proposta modificada do plano, que seria apresentada ontem pelo relator Nabil Bonduki (PT), só deve ser concluída hoje.
Caso não consigam entrar em acordo com o governo, os vereadores ameaçam repetir a estratégia hoje. "Acho pouco provável que o Executivo consiga aprovar seus projetos neste mês", disse Milton Leite (PMDB).
"A gente pretendia votar a LDO, ir embora para casa e discutir os projetos melhor depois", disse Toninho Paiva (PL). "Não é porque somos da base aliada que vamos aprovar qualquer projeto que venha [do Executivo]", disse o pastor Vanderlei de Jesus (PL).
A Folha procurou o líder do governo, José Mentor (PT), mas ele não foi encontrado.



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