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CÂMARA
Alegando falta de discussão de temas complexos, vereadores tentam iniciar o recesso sem votar itens como o Plano Diretor
Base aliada ameaça adiar projetos de Marta
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Vereadores da base aliada se rebelaram ontem na Câmara Municipal e ameaçaram encerrar os
trabalhos do primeiro semestre
sem votar projetos vitais do Executivo, como o Plano Diretor e a
criação das subprefeituras.
Em manobra que contou com o
apoio da oposição, membros de
partidos como PL, PMDB e PDT,
que são fundamentais para que o
PT consiga maioria, ameaçaram
votar o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para
2003. Caso a LDO fosse aprovada,
a Câmara entraria automaticamente em recesso, como prevê a
Lei Orgânica do Município.
A falta de acordo com os vereadores da base governista obrigou
o PT a derrubar as sessões marcadas para ontem. Com isso, nenhum projeto foi votado.
O descontentamento, segundo
os próprios vereadores, é com a
pressa da prefeitura em aprovar
projetos complexos.
Mas alguns parlamentares, que
não quiseram se identificar, acusam o governo de não ter cumprido o acordo de trocar os votos da
base por cargos.
A estratégia do governo tem sido adiar a votação da LDO até que
os projetos considerados prioritários sejam aprovados. Há 18 deles
na pauta. Por isso, o recesso parlamentar, que costuma ocorrer a
partir de 1º de julho, está atrasado.
"A Câmara não vai votar projetos que não conheça", disse Paulo
Frange (PTB). Segundo o vereador, as mudanças feitas nos projetos do Plano Diretor e das subprefeituras não foram discutidas.
A proposta modificada do plano, que seria apresentada ontem
pelo relator Nabil Bonduki (PT),
só deve ser concluída hoje.
Caso não consigam entrar em
acordo com o governo, os vereadores ameaçam repetir a estratégia hoje. "Acho pouco provável
que o Executivo consiga aprovar
seus projetos neste mês", disse
Milton Leite (PMDB).
"A gente pretendia votar a LDO,
ir embora para casa e discutir os
projetos melhor depois", disse
Toninho Paiva (PL). "Não é porque somos da base aliada que vamos aprovar qualquer projeto
que venha [do Executivo]", disse
o pastor Vanderlei de Jesus (PL).
A Folha procurou o líder do governo, José Mentor (PT), mas ele
não foi encontrado.
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