São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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Após a 6ª morte, governo de SP cria o "SOS Agente"

Serviço telefônico será voltado aos funcionários que se sentirem ameaçados

O carcereiro Alexandre de Oliveira Bosco, do 96º DP (Brooklin), foi encontrado com vários tiros no rosto, na zona sul da cidade

LUÍSA BRITO
ANDRÉ CARAMANTE

DA REPORTAGEM LOCAL

No mesmo dia em que mais um agente das forças de segurança do Estado foi assassinado, o governo paulista anunciou ontem um item da "série de medidas" para reforçar a segurança desses funcionários, que passaram a ser o alvo do PCC: a criação de uma espécie de "SOS Agente", serviço telefônico vinculado ao Comando Geral da Polícia Militar e que será direcionado aos agentes penitenciários e carcereiros que se sentirem ameaçados.
Desde 28 de junho, seis agentes de segurança foram assassinados. A polícia paulista diz que criminosos ligados ao PCC prometeram matar de 5 a 15 agentes, mas que ainda investiga se essas seis mortes têm ligação com a facção criminosa. Líderes dos agentes responsabilizam o Estado pelas mortes.
O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, disse que a idéia é direcionar o serviço telefônico já existente na estrutura do Copom para priorizar o atendimento aos agentes. "É uma forma no Copom de priorizar algumas situações. Não vou entrar em detalhes", disse. O secretário não informou quando o serviço passará a funcionar.
Para o secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, o ideal é que o serviço esteja disponível rapidamente. "Tenho que tranqüilizar os meus funcionários que estão praticamente em pânico", afirmou ele.
Os secretários também anunciaram que os agentes não terão de pagar pelo registro nem pelo curso de tiro para terem direito ao porte de arma. Mas eles terão de arcar com a compra do armamento.
Abreu Filho negou que a morte dos dois PMs no final de semana tenha relação com os ataques do PCC. Disse ainda que a facção criminosa está sendo rechaçada. "A cada dia esse pessoal [os criminosos] está sentindo que não foi uma boa opção ir para o confronto."

Tiros no rosto
Depois de desaparecer quando escoltava um preso que foi levado para o Hospital Heliópolis, na zona sul, o carcereiro do 96º DP (Brooklin) Alexandre de Oliveira Bosco, 21, foi encontrado morto.
Na madrugada de ontem, enquanto esperava o preso ser atendido, Bosco disse ao carcereiro que o acompanhava que "iria tomar um lanche".
O corpo foi encontrado com vários tiros no rosto, sem a pistola e o colete à prova de bala.


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