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Após a 6ª morte, governo
de SP cria o "SOS Agente"
Serviço telefônico será voltado aos funcionários que se sentirem ameaçados
O carcereiro Alexandre de Oliveira Bosco, do 96º DP (Brooklin), foi encontrado com vários tiros no rosto, na zona sul da cidade
LUÍSA BRITO
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
No mesmo dia em que mais
um agente das forças de segurança do Estado foi assassinado, o governo paulista anunciou ontem um item da "série
de medidas" para reforçar a segurança desses funcionários,
que passaram a ser o alvo do
PCC: a criação de uma espécie
de "SOS Agente", serviço telefônico vinculado ao Comando
Geral da Polícia Militar e que
será direcionado aos agentes
penitenciários e carcereiros
que se sentirem ameaçados.
Desde 28 de junho, seis agentes de segurança foram assassinados. A polícia paulista diz
que criminosos ligados ao PCC
prometeram matar de 5 a 15
agentes, mas que ainda investiga se essas seis mortes têm ligação com a facção criminosa. Líderes dos agentes responsabilizam o Estado pelas mortes.
O secretário da Segurança
Pública, Saulo de Castro Abreu
Filho, disse que a idéia é direcionar o serviço telefônico já
existente na estrutura do Copom para priorizar o atendimento aos agentes. "É uma forma no Copom de priorizar algumas situações. Não vou entrar em detalhes", disse. O secretário não informou quando
o serviço passará a funcionar.
Para o secretário da Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto, o ideal é que
o serviço esteja disponível rapidamente. "Tenho que tranqüilizar os meus funcionários que
estão praticamente em pânico", afirmou ele.
Os secretários também
anunciaram que os agentes não
terão de pagar pelo registro
nem pelo curso de tiro para terem direito ao porte de arma.
Mas eles terão de arcar com a
compra do armamento.
Abreu Filho negou que a
morte dos dois PMs no final de
semana tenha relação com os
ataques do PCC. Disse ainda
que a facção criminosa está
sendo rechaçada. "A cada dia
esse pessoal [os criminosos] está sentindo que não foi uma boa
opção ir para o confronto."
Tiros no rosto
Depois de desaparecer quando escoltava um preso que foi
levado para o Hospital Heliópolis, na zona sul, o carcereiro
do 96º DP (Brooklin) Alexandre de Oliveira Bosco, 21, foi encontrado morto.
Na madrugada de ontem, enquanto esperava o preso ser
atendido, Bosco disse ao carcereiro que o acompanhava que
"iria tomar um lanche".
O corpo foi encontrado com
vários tiros no rosto, sem a pistola e o colete à prova de bala.
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