São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2008

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Promotoria quer suspender saída de preso de manicômio

Assassino foi flagrado ao sair sem escolta, o que contraria decisão judicial

Segundo a Justiça, Peukert, que matou a família em 1985, só pode sair escoltado porque os laudos sobre seu "grau de periculosidade" divergem


ANDRÉ CARAMANTE
KLEBER TOMAZ

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público Estadual pediu ontem à Justiça a suspensão do benefício do regime de desinternação progressiva concedido a Roberto Agostinho Peukert, 42, interno do manicômio judicial de Franco da Rocha 2 (Grande São Paulo), condenado por matar a tiros e a facadas toda a família em 1985.
Reportagem publicada anteontem pela Folha revelou que Peukert pôde sair do hospital de custódia sem escolta de um agente de segurança penitenciária -o que contraria a determinação da Justiça- para passar o dia na casa da namorada, no último domingo.
No pedido, os promotores Roberta de Oliveira Ferreira e Pedro Juliotti, da Vara das Execuções Criminais, do fórum da Barra Funda (zona oeste), querem a suspensão das saídas do interno, mesmo sob escolta. A Promotoria informou que a denúncia feita pela reportagem motivou o pedido.
De acordo com a Justiça, Peukert só pode sair do hospital com escolta porque há divergência nos laudos "sobre o grau de periculosidade do sentenciado". Um novo laudo já foi pedido, mas ainda não foi feito.
Em 6 de janeiro de 1985, Peukert, com 18 anos, matou a mãe, o pai e os três irmãos após discutir por conta do som alto. Condenado a 25 anos de prisão, foi internado em um manicômio. O benefício para Peukert sair escoltado foi dado em 18 de janeiro deste ano pelo juiz Adjair de Andrade Cintra.
Os promotores pediram ao juiz corregedor dos hospitais de custódia e tratamento para apurar a denúncia feita pela reportagem e interditar o manicômio, não permitindo a saída de mais internos.
Cópias da reportagem foram anexadas às três solicitações feitas pelos promotores à Justiça. Eles dizem que, além da denúncia da falha na escolta, a reportagem sugere haver indícios de problemas no hospital e deficiência de seus responsáveis, que permitiram a saída.
No domingo passado, Peukert foi flagrado indo, sem qualquer escolta, à casa de sua namorada, Neusa Maria Teixeira da Rocha, funcionária do hospital psiquiátrico de Franco da Rocha 1. Ele foi levado por um agente prisional, que após algumas horas o buscou.
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, a Corregedoria Administrativa do Sistema Penitenciário vai apurar as denúncias.


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