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Promotoria quer suspender saída de preso de manicômio
Assassino foi flagrado ao sair sem escolta, o que contraria decisão judicial
Segundo a Justiça, Peukert, que matou a família em 1985, só pode sair escoltado porque os laudos sobre seu "grau de periculosidade" divergem
ANDRÉ CARAMANTE
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público Estadual pediu ontem à Justiça a
suspensão do benefício do regime de desinternação progressiva concedido a Roberto Agostinho Peukert, 42, interno do
manicômio judicial de Franco
da Rocha 2 (Grande São Paulo),
condenado por matar a tiros e a
facadas toda a família em 1985.
Reportagem publicada anteontem pela Folha revelou
que Peukert pôde sair do hospital de custódia sem escolta de
um agente de segurança penitenciária -o que contraria a
determinação da Justiça- para
passar o dia na casa da namorada, no último domingo.
No pedido, os promotores
Roberta de Oliveira Ferreira e
Pedro Juliotti, da Vara das Execuções Criminais, do fórum da
Barra Funda (zona oeste), querem a suspensão das saídas do
interno, mesmo sob escolta. A
Promotoria informou que a denúncia feita pela reportagem
motivou o pedido.
De acordo com a Justiça,
Peukert só pode sair do hospital com escolta porque há divergência nos laudos "sobre o
grau de periculosidade do sentenciado". Um novo laudo já foi
pedido, mas ainda não foi feito.
Em 6 de janeiro de 1985,
Peukert, com 18 anos, matou a
mãe, o pai e os três irmãos após
discutir por conta do som alto.
Condenado a 25 anos de prisão,
foi internado em um manicômio. O benefício para Peukert
sair escoltado foi dado em 18 de
janeiro deste ano pelo juiz Adjair de Andrade Cintra.
Os promotores pediram
ao juiz corregedor dos hospitais de custódia e tratamento
para apurar a denúncia feita
pela reportagem e interditar o
manicômio, não permitindo a
saída de mais internos.
Cópias da reportagem foram
anexadas às três solicitações
feitas pelos promotores à Justiça. Eles dizem que, além da
denúncia da falha na escolta, a
reportagem sugere haver indícios de problemas no hospital e
deficiência de seus responsáveis, que permitiram a saída.
No domingo passado, Peukert foi flagrado indo, sem
qualquer escolta, à casa de sua
namorada, Neusa Maria Teixeira da Rocha, funcionária do
hospital psiquiátrico de Franco
da Rocha 1. Ele foi levado por
um agente prisional, que após
algumas horas o buscou.
Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, a
Corregedoria Administrativa
do Sistema Penitenciário vai
apurar as denúncias.
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