|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Maior parte do dinheiro passa por atividades paralelas, financiando outros crimes, como sequestros e roubos
Tráfico movimenta mais de US$ 400 bi
ANDRÉ LOZANO
enviado especial a Porto Alegre
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
O tráfico de drogas movimenta
entre US$ 400 bilhões e US$ 500
bilhões no mundo, de acordo com
a ONU (Organização das Nações
Unidas). Dessa cifra, US$ 200 bilhões, no máximo, circulam no setor financeiro.
O restante do dinheiro transita
na economia paralela, sustentando atividades criminosas, como
sequestro, roubo de cargas etc. O
tráfico costuma trocar droga pelos
bens roubados por quadrilhas.
A ONU acredita que a lavagem
de dinheiro ameaça a estabilidade
dos sistemas financeiros e pode
afetar a governabilidade de alguns
países.
As informações foram dadas pelo chefe de Operações do Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de Drogas,
Giovanni Quaglia.
Ele participou do 1º Congresso
Mercosul para Prevenção de Drogas no Trabalho e na Família, encerrado ontem em Porto Alegre.
Da população mundial, estimada em 6 bilhões de pessoas, 4%
consomem drogas ilícitas, como
maconha (140 milhões de usuários), anfetaminas (30 milhões),
cocaína (13 milhões), heroína e
ópio (8 milhões).
O consumo que mais cresce é o
de anfetaminas, drogas sintéticas
que têm como um exemplo o ecstasy. Elas são de difícil combate
porque podem ser produzidas em
laboratórios caseiros.
O modelo de prevenção ao uso
de droga adotado por 40 empresas
do Rio Grande do Sul, de forma
pioneira no Brasil, passará a ser
implantado por outros 11 Estados
e pelos países do Mercosul, que tiveram representantes no congresso realizado nesta semana.
A experiência gaúcha demonstra
que a prevenção diminui os custos
das empresas e aumenta a produtividade. Uma empresa reduziu o
gasto mensal com remédios de
US$ 5.000 para US$ 500. "A prevenção é um bom negócio", disse
Quaglia, da ONU.
O programa de controle de drogas da ONU teve México, Namíbia, Sri Lanka, Egito e Polônia como países precursores.
Os organizadores do congresso
do Mercosul disseram que o evento obteve sucesso no seu propósito
de motivar autoridades e empresas
para a implantação de programas
globais de prevenção.
Representantes dos governos do
Uruguai, Paraguai e Bolívia e da
Fundação Manantiales, da Argentina, assinaram documento reafirmando a intenção de participar de
ações de combate às drogas.
A OIT (Organização Internacional do Trabalho), que participou
do congresso, disse que as perdas
econômicas devido ao uso de álcool e drogas por trabalhadores
justificam a adoção dos programas
de prevenção.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|