São Paulo, sábado, 11 de agosto de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Motoristas decidem parar na 2ª

DA REPORTAGEM LOCAL

Os motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo decidiram ontem, em assembléia, fazer uma paralisação na próxima segunda-feira, das 3h às 7h. A categoria reivindica a redução da jornada de trabalho.
A greve deverá afetar as viagens de pelo menos 1 milhão de paulistanos que utilizam os ônibus no período da manhã. Será a primeira envolvendo todas as 53 viações da capital desde que a prefeita Marta Suplicy determinou a elevação da tarifa de R$ 1,15 para R$ 1,40, em maio.
Os ônibus sairão das garagens às 7h, mas só devem chegar aos pontos a partir das 8h. A categoria ameaça fazer outra paralisação na semana que vem, provavelmente na sexta, se não houver contraproposta dos empresários.
O sindicato dos motoristas diz que, durante a negociação do dissídio coletivo, três meses atrás, os empresários do setor se comprometeram a reduzir a jornada diária, a partir de agosto, das atuais sete horas e dez minutos para seis horas e 40 minutos.
O Transurb (sindicato das viações) admite ter assinado uma cláusula sobre a jornada de trabalho, mas sem definir a quantidade de tempo que seria reduzida. Ontem, a entidade ofereceu uma carga diária de sete horas. Os condutores aceitam, no máximo, seis horas e 50 minutos.
O secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, ontem, informou que fará um apelo às duas partes, já que a diferença entre as propostas é, agora, de apenas dez minutos. Os patrões também querem a criação de uma jornada alternativa para novos trabalhadores, variando de quatro horas e dez minutos a cinco horas e dez minutos.
Além da greve, a assembléia do sindicato defendeu a realização de uma manifestação na segunda-feira à tarde em favor da distribuição de passes aos desempregados. A idéia é encabeçada pela Força Sindical, entidade que faz oposição ao governo Marta e ligada aos motoristas e cobradores.
O presidente do Transurb, Sérgio Pavani, divulgou um comunicado ontem para dizer que as viações têm prejuízo mesmo após a elevação de 21,74% da tarifa, acima da inflação de 14,6% medida pela Fipe-USP desde janeiro de 1999, data do reajuste anterior.



Texto Anterior: Transporte: Passagem de ônibus custará R$ 1 amanhã
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.