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ARRASTÃO
Quadrilha de engravatados fez reféns no Leblon
Empresário alemão passa mal e morre durante assalto a prédio
JOÃO PEQUENO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um assalto feito por dez homens em prédio no Leblon, área
nobre da zona sul do Rio, terminou com a morte do empresário
alemão aposentado Siegfried Otton Schon, 63, que sofreu um infarto durante o roubo.
Por duas horas na manhã de ontem, um grupo de cerca de dez
homens, todos de terno e gravata,
roubou seis dos sete apartamentos do edifício da avenida Borges
de Medeiros, em frente à praia.
Foram roubados um cofre com
cerca de R$ 9.000, jóias, um carro,
bens e mais dinheiro em volume
que não ainda havia sido contabilizado pelos moradores.
Dez pessoas foram mantidas reféns, seis delas na garagem e outras quatro nos apartamentos. O
principal suspeito de liderar o
bando é Oberdan Ferreira de Souza, 25, o Churrasquinho, que foi
reconhecido por duas vítimas.
Engravatados
O assalto começou às 9h, quando um homem chegou ao prédio
com uma caixa nas mãos. Disse
que faria uma entrega a Guilhermina Maria Vieira Walter, mulher do empresário alemão.
O porteiro José Mário da Silva,
37, permitiu sua entrada e logo foi
rendido e amarrado. "Ele já chegou dizendo o nome e o apartamento da dona Guilhermina",
afirmou o porteiro, que trabalha
há oito anos no prédio e nunca
havia presenciado assaltos ali.
Após render o porteiro, o assaltante fez uma ligação. Em seguida, chegaram ao prédio dois carros prateados, um Golf e um Corolla. Parte dos assaltantes rendia
os moradores e empregados que
chegavam, amarrando-os uns aos
outros na garagem, no momento
em que os demais subiam e roubavam os apartamentos. "Eles estavam todos vestidos de doutor.
Até pareciam cidadãos", disse o
faxineiro Adailton Brito.
Morando havia mais de 20 anos
no Brasil, Siegfried Otto Schon,
trabalhava com transporte marítimo de cargas antes de se aposentar e era diabético. Enquanto os
assaltantes reviravam seu apartamento, Schon passou mal. Sua
mulher pediu permissão para lhe
dar insulina, mas ele morreu antes que pudesse ser medicado.
Além do aposentado e da mulher, estavam no apartamento a
neta recém-nascida, a filha dele,
seu ex-genro, de quem a quadrilha levou o carro Citröen Xsara.
Entre os moradores estão o presidente do Fluminense, David Fischel, que segundo o porteiro, teria
sido rendido no elevador, e o cônsul da Itália, Massimo Sassi, que
não estava no prédio. A quadrilha
saiu por volta das 11h.
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