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Lei antifumo dá 50 multas nos primeiros dias
No total, 3.864 locais foram vistoriados pelo Procon ou pela Vigilância Sanitária no 1º fim de semana de vigência da lei
Bares, boates e restaurantes ouvidos pela Folha dizem que, apesar da proibição ao fumo, não houve queda no movimento de clientes
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
No primeiro final de semana
da lei antifumo, a fiscalização
do Procon e da Vigilância Sanitária multou 50 estabelecimentos do Estado de São Paulo em
que clientes foram flagrados fumando ou que não tinham placas sobre a proibição.
Desde sexta-feira, quando a
legislação que proíbe o cigarro
em áreas fechadas de uso coletivo entrou em vigor, 3.864 locais foram vistoriados, segundo
o governo do Estado. Na capital, foram multados 13 dos
1.558 lugares inspecionados.
Pela lei, os locais são primeiramente notificados e têm dez
dias para recorrer. Caso seja
mantida a autuação, a multa é
de R$ 792,50 -ou R$ 1.585 em
caso de reincidência. Em novos
flagrantes, o lugar é fechado
por 48 horas ou 30 dias.
Donos de bares, boates e restaurantes ouvidos pela reportagem afirmaram que nem o movimento nem o faturamento no
primeiro fim de semana da
proibição do cigarro caíram,
como previam as associações
do setor que foram à Justiça pedir a suspensão da lei antifumo.
Nas casas noturnas Blue Pepper e Pink Elephant, para o público vip do vip do vip -R$ 300
e R$ 250 só de entrada para os
homens-, o movimento foi
igual ao dos dias anteriores.
Com capacidade para 500
pessoas, a Pink só deixava os fumantes saírem em pequenos
grupos de três, acompanhados
de um segurança.
Mais rigorosa, a Pepper só
deixava sair para fumar quem
pagasse a conta -e pagasse de
novo para entrar. "Nós não estamos liberando os clientes para sair para fumar e voltar.
Mesmo assim, o movimento do
clube não diminuiu", afirma o
dono, Ahmad Yassin.
Na D-Edge, o movimento foi
igual, mas a venda no bar caiu,
em razão do Dia dos Pais. "Ainda não dá para confirmar a queda, todo ano é assim. Só vou saber nos próximos fins de semana", diz o dono, Renato Ratier.
Os 11 restaurantes da rua
Amauri, polo da alta gastronomia no Itaim (zona oeste), onde
boa parte deles já havia aderido
à proibição antes, afirmam que
o movimento foi "excelente".
"Não caiu nada. As pessoas
não deixaram de sair para comer. Não estamos sentindo dificuldade, todo mundo já se
adaptou a sair para fumar", diz
Paulo Morais, um dos donos do
Trindade e presidente da associação da rua.
"O movimento foi absolutamente normal. Não houve alteração nenhuma", afirma o português Carlos Bettencourt, dono do A Bela Sintra.
O Boteco São Bento, no
Itaim, que contratou olheiros
para coibir os fumantes e exige
que a conta seja paga antes de
sair para fumar, diz que "o movimento se manteve".
Para Percival Maricato, presidente da Abrasel, a associação
brasileira de bares e restaurantes, que foi à Justiça contra a
lei, "é cedo para avaliar". "Mais
cedo ou mais tarde as pessoas
podem encontrar uma forma
alternativa de ser divertir, como ficar em casa. A previsão é
que o movimento caia."
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