São Paulo, Quarta-feira, 11 de Agosto de 1999
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CRIME
Italiano dá conta de ligação com paulista nesse ramo
Polícia apura ligação de Noal a distribuidora de caça-níqueis

ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local

A polícia vai requisitar à junta comercial o contrato social da empresa Nevada Diversões, responsável por ter distribuído caça-níqueis em São Paulo, para verificar se há ligação entre ela e a família do empresário Ivo Noal.
Há suspeita de que um dos filhos de Noal -apontado pela polícia como o principal banqueiro do jogo do bicho em São Paulo- tenha trabalhado na Nevada Diversões, empresa que não atua mais no mercado paulista.
O delegado Luiz Alberto Souza Ferreira, responsável pelas apreensões de caça-níqueis em São Paulo, afirmou ainda que deverá convocar Ivo Noal a depor sobre esse caso.
A Folha informou ontem que a DIA (Direção Investigativa Antimáfia) de Roma (Itália) obteve um testemunho que liga Ivo Noal a uma rede do crime organizado internacional.
Preso em Roma, Lillo Rosario Lauricella -um dos líderes da Banda Magliana (grupo criminoso italiano)- contou, no dia 24 de abril passado, em depoimento à Justiça italiana, que era associado a Noal na exploração de caça-níqueis em São Paulo.
Lauricella disse que pagava US$ 80 mil por mês a Noal para poder instalar as máquinas nas áreas controladas pelo empresário. A DIA acredita que o negócio de caça-níqueis no Brasil sirva para lavar dinheiro do tráfico.
Ivo Noal disse à Folha que nunca conheceu Lauricella e que não tem ingerência no mercado de caça-níqueis. "Eu não conheço essa pessoa", afirmou.
O delegado Ferreira, titular da Divisão de Investigações sobre Infrações contra a Economia Popular do Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor), disse que irá "verificar os sócios" da Nevada.
Ferreira afirmou que nos atuais inquéritos envolvendo apreensões de caça-níqueis não há referência a Ivo Noal.
"Isso não quer dizer que o seu nome (de Ivo Noal) não possa ainda aparecer", disse o delegado.

Tribunal de Justiça
Por 3 votos a 2 o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo acatou ontem recurso da defesa de Ivo Noal e determinou que o empresário não seja levado a julgamento pelo Tribunal do Júri. Nesse processo, Noal era acusado de mandar matar o suposto bicheiro Wilson Nanini. Contra a decisão do TJ cabe recurso do Ministério Público.


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