PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Espécie de mutirão para melhorar a imagem da cidade, a Operação Belezura vem ignorando a retirada de entulho de obras, inclusive as da própria prefeitura, nas principais avenidas e ruas do município. Pedaços de concreto, madeira, arame e até móveis estão jogados próximos a grandes avenidas, o que coloca em perigo a vida de motoristas e pedestres.
Desde 30 de julho, a Prefeitura de São Paulo implantou a megaoperação Belezura, cujo objetivo é garantir a manutenção de 25 grandes avenidas e 74 ruas da cidade. Mas a Folha flagrou exemplos-perigosos- na avenida das Juntas Provisórias e na marginal Tietê, que já receberam, segundo a Secretaria Municipal de Serviços e Obras, atendimento do Belezura entre julho e agosto.
Outras avenidas, como a do Estado, Dom Pedro, Sacomã, onde estão as estações finais do Fura-fila, e o complexo João Jorge Saad (Cebolinha) também enfrentam a mesma situação.
A megaoperação Belezura, que dá continuidade à Operação Belezura, criada no início da gestão de Marta Suplicy (PT), previa, entre outros serviços de limpeza, capinagem e manutenção, justamente a remoção de entulho.

Outro lado
Todo entulho deixado em área pública deve ser retirado pelo Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) e encaminhado aos aterros São João (zona leste) e Bandeirantes (rodovia dos Bandeirantes).
O supervisor de fiscalização do Limpurb, Gabriel Haddad Neto, nega que o lixo encontrado nesses locais seja de obras da prefeitura e alega que o maior problema da fiscalização é saber quem joga o entulho. "Esse lixo pode ser gerado por carros clandestinos que passam no local e depositam os resíduos lá. Não temos como multá-los se não pegarmos em flagrante. Nós tentamos coibir esse tipo de ação, limpando os locais, mas isso, às vezes, não é suficiente", afirmou.
O supervisor do Limpurb também disse que cabe à empresa responsável pelas obras da prefeitura a limpeza e a sinalização de segurança do local. Caso esteja agindo de má-fé, a empresa pode receber multa que varia de R$ 500 a R$ 5.000 e cabe à administração regional do bairro afetado notificar quem sujou. Mesmo assim, a limpeza do local fica por conta do Limpurb, que recolhe o entulho encontrado.
No caso dos locais já vistoriados pela megaoperação Belezura, de acordo com Haddad, haverá uma nova visita da fiscalização e, caso continue sujo, o local será limpo pelo Limpurb.



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