MALU GASPAR
da Reportagem Local

Será inaugurado amanhã na cidade de São Paulo o Hospital do Rim e Hipertensão, o primeiro hospital público do país especializado no tratamento de doentes renais crônicos e hipertensos.
O hospital, cujo prédio ficou pronto há dois anos, quer fazer cerca de 400 transplantes de rim por ano. Se atingir a marca, a instituição se tornará recordista brasileira neste tipo de transplante.
Apesar de ser inaugurado amanhã, alguns setores do hospital, como o de transplantes e o de diálise, já funcionam. Desde que começou a operar, há 18 dias, o setor de transplantes fez 20 cirurgias.
O Hospital do Rim segue a lista única da Secretaria de Estado da Saúde e é ligado à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo, ex-Escola Paulista de Medicina).
Segundo seu diretor clínico, José Medina Pestana, a estrutura permite 400 transplantes anuais.
A instituição é destinada ao tratamento do rim e da hipertensão porque os dois problemas são ligados. A pressão alta pode atingir também os vasos sanguíneos dos rins, causando lesões.
Segundo o diretor-geral do hospital, Horácio Ajzen, a maior parte das doenças renais são causadas pela hipertensão.
Por enquanto, apenas pacientes renais crônicos e hipertensos estarão sendo atendidos, para transplantes e hemodiálise.
Não será feito pronto atendimento ou pronto-socorro, apenas o chamado atendimento de referência, a pacientes encaminhados por médicos ou outros hospitais.
O Hospital do Rim deverá ter 30% de seus pacientes atendidos por planos de saúde e 70% pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo o diretor-geral do hospital, a renda do atendimento a pacientes de convênio deve, em tese, garantir o sustento da instituição depois que ela parar de receber recursos do governo.
Isso porque, para que o hospital fosse ativado, os governos estadual e federal destinaram a ele R$ 400 mil por mês no primeiro ano. A partir daí, terá de se sustentar. "Acho que será difícil, pois temos pouco tempo para conseguir", diz Ajzen.