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São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

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MISÉRIA

Estado de vítima surpreendeu médicos; pedreiro diz que ela não queria se alimentar

Mulher morre de fome e marido é preso

DO "AGORA"

Médicos do Hospital São Luiz Gonzaga e policiais do 73º DP (Jaçanã, zona norte) foram surpreendidos por uma cena estarrecedora na noite de anteontem, quando uma equipe de resgate do Corpo de Bombeiros chegou ao hospital socorrendo a dona-de-casa Carmem Aparecida Lopes Alexandrino, 40.
Totalmente debilitada, com dezenas de feridas pelo corpo, sem falar nem andar, suja com fezes e urina, com insuficiência respiratória e, segundo o delegado Walter Torres de Abreu, pesando pouco mais de 14 quilos, Alexandrino morreu poucos minutos depois de chegar ao hospital.
Diante do quadro da dona-de-casa -que sofrera havia oito anos um aneurisma cerebral e, desde então, passou a viver com dificuldades em uma cama-, o marido dela, o pedreiro desempregado Alex Alexandrino, 41, acabou sendo preso em flagrante e autuado pelo crime de maus-tratos.
A polícia chegou à casa após denúncia anônima. A acusação é que o pedreiro não alimentava a mulher havia pelo menos dois meses. Eles tinham cinco filhos e moravam em uma casa simples no Jaçanã. Pelo menos outros três parentes poderão, segundo Abreu, responder pelo crime de homicídio qualificado.

Resposta
Alexandrino ainda não tem advogado e não quis falar com a reportagem. À polícia, ele disse que a mulher não queria se alimentar.
Três vizinhos disseram à reportagem que o pedreiro nunca abandonou a mulher e que ele sempre a tratou muito bem. Para o vizinho Sérgio Fagundes, a prisão do pedreiro era uma injustiça.


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