|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÍCIA
Ele cuidaria de página na internet que seria de entidade no Brasil ligada à organização norte-americana Ku Klux Klan
Rapaz é acusado de manter site racista
ALESSANDRO SILVA
SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um rapaz de 18 anos foi preso
ontem em São Paulo sob acusação
de racismo. Ele seria responsável
pelo site Imperial Klans of Brazil,
que se dizia representante brasileiro da Ku Klux Klan, organização norte-americana que prega a
supremacia da raça branca.
No trabalho e na casa do adolescente, em Santo Amaro, zona sul
da capital paulista, o Ministério
Público Federal e a Polícia Federal
apreenderam dois computadores,
impressoras, documentos e cerca
de 400 páginas de impressos com
conteúdo racista e nazista.
"Brother Marcos", como ele se
identificava pela internet, foi indiciado por crime de racismo, formação de quadrilha e por fazer
propaganda de discriminação racial, segundo a Lei de Segurança
Nacional, informou ontem a assessoria da Polícia Federal.
A polícia chegou aos endereços
do rapaz depois de a Justiça Federal quebrar, a pedido da Procuradoria da República, o sigilo dos
dados cadastrais e do e-mail que
constava do seu site da Imperial.
O jovem de classe média, cujo
nome a polícia não revelou, foi
ouvido ontem pela Polícia Federal
e liberado. Ele irá responder a inquérito em liberdade. A pena de
prisão, apenas para o crime de racismo, varia de dois a cinco anos.
A polícia não divulgou o conteúdo do interrogatório do rapaz.
Segundo o Ministério Público,
ainda será apurada a participação
de mais três pessoas, todas com
menos de 30 anos, entre elas um
investigador de polícia. Todos estariam ligados à organização.
Em entrevista à Folha, em abril,
o adolescente que se apresentou
como Brother Marcos disse que a
filial brasileira havia sido fundada
havia menos de um ano e já tinha
representantes em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul. O site, segundo a polícia,
era atualizado da casa do rapaz
detido e do escritório onde ele trabalhava, em um frigorífico.
Dizendo-se de origem ariana,
Brother Marcos disse, por telefone, que recebia "três novos e-mails por dia de arianos interessados no movimento". A Imperial
Klans of Brazil seria formada, segundo ele, por jovens de 20 a 30
anos que se sentiam injustiçados
com as "buscas de igualdade racial na sociedade".
"O governo e alguns grupos da
sociedade buscam oferecer vantagens aos negros e aos homossexuais. Eu quero saber o que será
oferecido para nós. Nós nos unimos para defender nossos direitos", disse ele em abril.
Brother Marcos contou que o
grupo realizava encontros esporádicos, mas o grande meio de comunicação era a internet.
Texto Anterior: Chuva: Nove de Julho perde uma faixa por 5 dias Próximo Texto: Jogo: Justiça nega recursos e mantém 35 bingos fechados no Rio de Janeiro Índice
|