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São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

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ABASTECIMENTO

Maior ganho foi no Rio Grande, que não tem risco de racionamento; Cantareira, Alto Cotia e Alto Tietê continuam secando

Chuva não melhora situação de represas

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

A chuva que atingiu a cidade de São Paulo anteontem à tarde causou muitos transtornos, mas não ajudou em nada as represas que abastecem a região metropolitana e se encontram na iminência ou sob ameaça de racionamento.
Isso porque não adianta apenas chover; é preciso chover nos lugares certos, ou seja, sobre as bacias dos mananciais que formam os reservatórios. Ontem, o maior beneficiado pela pluviometria foi justamente o sistema que menos precisa dela, o Rio Grande, que abastece 1,3 milhão de pessoas no ABC Paulista e está com 51,3% de sua capacidade máxima.
O volume operacional do sistema Cantareira -que abastece mais da metade da população da Grande São Paulo- continua caindo 0,2 ponto percentual por dia. O ritmo já foi maior (0,4 ponto percentual), mas havia diminuído desde o início da semana, quando choveu um acumulado de 29 mm sobre a bacia do sistema (cada milímetro equivale a um litro por metro quadrado).
A chuva de ontem representou mais 6,2 mm de água, somando um total de 37,3 mm -28,3% da média histórica de outubro, que é de 131,4 mm. Ontem o Cantareira tinha 8,3% de sua capacidade.
O sistema Alto Tietê -que serve 2,7 milhões de pessoas- também manteve sua queda diária de 0,2 ponto percentual e tinha ontem 21,1% do volume máximo. A chuva acumulada na bacia é de 16 mm, 13% da média histórica do mês (120,8 mm). Anteontem choveu um total de 7,1 mm.
Ambos correm risco de sofrer cortes no fornecimento de água já no mês de novembro.
A situação é mais grave, porém, no sistema Alto Cotia, o primeiro a entrar em racionamento a partir do dia 15. As chuvas de anteontem só representaram mais 2,4 mm de água na bacia da represa Pedro Beicht. O total acumulado neste mês não passa de 2,6% da média histórica de 123,6 mm. O sistema tinha ontem 6,8% da capacidade, que continua caindo 0,4 ponto percentual por dia.
Da próxima quarta-feira em diante, 440 mil pessoas passam a ter 36 horas sem água para cada 36 horas de fornecimento normal nas cidades de Embu, Embu-Guaçu, Cotia, Itapecerica da Serra e Vargem Grande Paulista, por causa da situação crítica em que o Alto Cotia se encontra.
Serão dois grupos (veja quadro ao lado). No primeiro, a água vai embora às 6h de um dia e volta às 18h do dia seguinte. No segundo, as torneiras secam às 18h de um dia, ficam assim por todo o dia seguinte e só voltam a ter água às 6h do terceiro dia. É provável que locais mais altos e mais distantes na rede demorem entre duas e quatro horas a mais para ter o abastecimento regularizado. Perguntas e reclamações podem ser feitas 24 horas por dia no telefone 195.

Saneamento
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinou convênios com cerca de 70 prefeituras do interior para financiar obras de saneamento, que envolvem desde a perfuração de poços profundos e a construção de estações de tratamento de esgoto, até implantação de coleta seletiva.
Os 87 projetos receberão, ao todo, R$ 5,8 milhões do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). A contrapartida das prefeituras será de R$ 3 milhões.


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