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ABASTECIMENTO
Maior ganho foi no Rio Grande, que não tem risco de racionamento; Cantareira, Alto Cotia e Alto Tietê continuam secando
Chuva não melhora situação de represas
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A chuva que atingiu a cidade de
São Paulo anteontem à tarde causou muitos transtornos, mas não
ajudou em nada as represas que
abastecem a região metropolitana
e se encontram na iminência ou
sob ameaça de racionamento.
Isso porque não adianta apenas
chover; é preciso chover nos lugares certos, ou seja, sobre as bacias
dos mananciais que formam os
reservatórios. Ontem, o maior beneficiado pela pluviometria foi
justamente o sistema que menos
precisa dela, o Rio Grande, que
abastece 1,3 milhão de pessoas no
ABC Paulista e está com 51,3% de
sua capacidade máxima.
O volume operacional do sistema Cantareira -que abastece
mais da metade da população da
Grande São Paulo- continua
caindo 0,2 ponto percentual por
dia. O ritmo já foi maior (0,4 ponto percentual), mas havia diminuído desde o início da semana,
quando choveu um acumulado
de 29 mm sobre a bacia do sistema (cada milímetro equivale a
um litro por metro quadrado).
A chuva de ontem representou
mais 6,2 mm de água, somando
um total de 37,3 mm -28,3% da
média histórica de outubro, que é
de 131,4 mm. Ontem o Cantareira
tinha 8,3% de sua capacidade.
O sistema Alto Tietê -que serve 2,7 milhões de pessoas- também manteve sua queda diária de
0,2 ponto percentual e tinha ontem 21,1% do volume máximo. A
chuva acumulada na bacia é de 16
mm, 13% da média histórica do
mês (120,8 mm). Anteontem choveu um total de 7,1 mm.
Ambos correm risco de sofrer
cortes no fornecimento de água já
no mês de novembro.
A situação é mais grave, porém,
no sistema Alto Cotia, o primeiro
a entrar em racionamento a partir
do dia 15. As chuvas de anteontem só representaram mais 2,4
mm de água na bacia da represa
Pedro Beicht. O total acumulado
neste mês não passa de 2,6% da
média histórica de 123,6 mm. O
sistema tinha ontem 6,8% da capacidade, que continua caindo 0,4
ponto percentual por dia.
Da próxima quarta-feira em
diante, 440 mil pessoas passam a
ter 36 horas sem água para cada
36 horas de fornecimento normal
nas cidades de Embu, Embu-Guaçu, Cotia, Itapecerica da Serra
e Vargem Grande Paulista, por
causa da situação crítica em que o
Alto Cotia se encontra.
Serão dois grupos (veja quadro
ao lado). No primeiro, a água vai
embora às 6h de um dia e volta às
18h do dia seguinte. No segundo,
as torneiras secam às 18h de um
dia, ficam assim por todo o dia seguinte e só voltam a ter água às 6h
do terceiro dia. É provável que locais mais altos e mais distantes na
rede demorem entre duas e quatro horas a mais para ter o abastecimento regularizado. Perguntas
e reclamações podem ser feitas 24
horas por dia no telefone 195.
Saneamento
Ontem, o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) assinou convênios com cerca de 70 prefeituras
do interior para financiar obras
de saneamento, que envolvem
desde a perfuração de poços profundos e a construção de estações
de tratamento de esgoto, até implantação de coleta seletiva.
Os 87 projetos receberão, ao todo, R$ 5,8 milhões do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro). A contrapartida das prefeituras será de R$ 3 milhões.
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