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São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

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BRASIL NA UTI

Aplicação de recursos atingiu o determinado em 59% dos municípios

Maioria das cidades cumpre emenda

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a maioria dos Estados descumpre a Constituição e não gasta o mínimo em saúde, o contrário acontece com os municípios brasileiros.
De acordo com levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 59% dos 5.559 municípios brasileiros cumpriram, no ano passado, o que determina a emenda constitucional 29/2000, que vinculou receitas ao setor.
O ministério obteve dados de 4.474 cidades (80,5% do total). Nesses municípios vivem 90% de toda a população brasileira. Quando a avaliação é feita somente sobre as cidades que entregaram informações, o percentual de cumprimento da emenda sobe para 73,4%.
Pelos cálculos da saúde, ao todo os municípios aplicaram R$ 10,7 bilhões no setor no ano passado. A minoria que descumpriu a Constituição deve R$ 219,6 milhões, segundo a avaliação.
De acordo com a emenda, até o próximo ano os municípios terão de aplicar 15% das receitas próprias em saúde.
Aqueles que em 2000 aplicavam até 7% das receitas próprias não poderiam diminuir o gasto e deveriam aplicar 8,6% em 2001, 10,2% em 2002 e 11,8% em 2003. Já os que aplicavam mais de 7% em 2000, deveriam dividir por cinco a diferença entre o aplicado e a meta de 15%. A cada ano, deveriam acrescentar no mínimo esse resultado às suas aplicações.
A análise do ministério é feita a partir de dados informados pelos municípios.
No Estado do Maranhão, 66,8% das cidades não enviaram dados. Em Tocantins, 66,2%, e, em Rondônia, 65,4%.
Apenas nos Estados do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso do Sul todos os municípios apresentaram seus balanços.

Gastos nos Estados
Análise sobre as Unidades da Federação mostrou que R$ 1,6 bilhão deixou de ser aplicado no setor no ano passado -o suficiente, por exemplo, para sustentar o sistema de saúde da cidade de São Paulo por um ano.
O balanço dos três anos de vigência da emenda aponta que R$ 3,4 bilhões deixaram de ser aplicados no setor pelos Estados. Pela emenda, até 2004 os Estados terão de gastar 12% das receitas próprias na área.
Os critérios usados na avaliação pelo Ministério da Saúde são questionados por parte dos governos estaduais.
(FABIANE LEITE)


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