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DESARMAMENTO
Palavra final sobre projeto é motivo de discussão entre Câmara e Senado
Estatuto é pivô de atrito no Congresso
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois das reformas tributária e
da Previdência, o Estatuto do Desarmamento foi o pivô ontem de
um bate-boca entre Câmara e Senado a respeito de quem deveria
dar a palavra final sobre o projeto.
O estatuto foi elaborado por
uma comissão mista de deputados e senadores em julho e aprovado no mesmo mês no Senado.
Foi feito um acordo para que essa
pauta fosse prioritária na Câmara,
mas o projeto tem encontrado resistências na Casa. Seguindo esse
rito, o estatuto será votado na Câmara e, se forem feitas alterações,
como é o caso, ele volta para o Senado, que poderá recuperar o
projeto original.
O presidente da Câmara, João
Paulo Cunha (PT-SP), propôs um
acordo anteontem ao presidente
do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para que os deputados pudessem votar uma emenda aglutinativa, que seria anexada ao texto,
o que traria a autoria do projeto à
Câmara. Assim, a tramitação começaria novamente, mas por essa
Casa, o Senado revisaria o texto, e
a votação conclusiva seria da Câmara. Outro acordo proposto pelo deputado, que na prática teria o
mesmo efeito, seria o Executivo
enviar uma mensagem para o
Congresso sobre o tema. Nesses
casos, de projeto encaminhado
pelo Executivo, a tramitação tem
que começar pela Câmara.
O líder do PMDB no Senado,
Renan Calheiros (AL), convocou
uma coletiva ontem para bombardear a proposta do petista. Segundo o senador, "não dá para
brincar com esse assunto, não dá
para deixar que a bancada da bala,
por óbvias influências, queira
desvirtuar o processo".
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) foi à Câmara e disse ontem
que o Executivo não enviará uma
mensagem ao Congresso e que o
governo apóia o projeto aprovado
no Senado. A Comissão de Segurança Pública da Câmara fez alterações no texto, ampliando a possibilidade de porte e posse de armas de fogo. As maiores resistências na base do governo na Câmara, no PTB, PMDB, PP e PL.
"A posição do governo e a do
meu partido e o do presidente Lula [PT] é clara, somos favoráveis
[desarmamento]. É evidente que
sabemos que esse tema é polêmico e que há divergências na base
do governo", disse o ministro.
João Paulo ironizou a reação de
Calheiros. "A nossa decisão era
para andar mais rápido. Tem deputados e partidos que querem
um pouco mais de debate, inclusive o próprio PMDB."
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