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Professora tem medo de voltar à escola
FELIPE CARUSO
DO RIO
Em 2009, a professora de
história Nadia de Souza, 54,
pediu transferência para a
Escola Municipal Deodoro,
na Glória, bairro onde mora,
na região central do Rio.
O objetivo era ter um ano
mais tranquilo e trabalhar
perto de casa, evitando, assim, grandes deslocamentos.
Logo na primeira semana,
ela diz que foi ameaçada de
morte por um aluno. Na semana seguinte, outro estudante fez gestos obscenos.
Nadia diz ter sido ameaçada quatro vezes, atingida por
urina e quase acertada por
uma carteira jogada do terceiro andar da escola.
Com 23 anos de magistério, ela entrou em depressão
e tinha medo de ir ao mercado ou de passar perto de escolas. "A vontade é de fechar
os olhos e não abrir mais."
Há um ano, ela saiu de licença e passou seis meses
sem sair de casa.
Foi diagnosticada com
transtorno por Estresse Pós-traumático, que afeta vítimas
de sequestro, estupro e sobreviventes de guerras.
DIREÇÃO
A diretora Therezinha Rosário, 54, afirma que a escola
"é um paraíso perto das que
temos por aí". Segundo ela, a
professora nunca foi agredida nem fez reclamações formais à diretoria. Nadia diz
que queixou-se à direção.
A professora continua de
licença, toma medicamentos
e não pretende voltar mais a
dar aulas.
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