São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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Professora tem medo de voltar à escola

FELIPE CARUSO
DO RIO

Em 2009, a professora de história Nadia de Souza, 54, pediu transferência para a Escola Municipal Deodoro, na Glória, bairro onde mora, na região central do Rio.
O objetivo era ter um ano mais tranquilo e trabalhar perto de casa, evitando, assim, grandes deslocamentos.
Logo na primeira semana, ela diz que foi ameaçada de morte por um aluno. Na semana seguinte, outro estudante fez gestos obscenos.
Nadia diz ter sido ameaçada quatro vezes, atingida por urina e quase acertada por uma carteira jogada do terceiro andar da escola.
Com 23 anos de magistério, ela entrou em depressão e tinha medo de ir ao mercado ou de passar perto de escolas. "A vontade é de fechar os olhos e não abrir mais."
Há um ano, ela saiu de licença e passou seis meses sem sair de casa.
Foi diagnosticada com transtorno por Estresse Pós-traumático, que afeta vítimas de sequestro, estupro e sobreviventes de guerras.

DIREÇÃO
A diretora Therezinha Rosário, 54, afirma que a escola "é um paraíso perto das que temos por aí". Segundo ela, a professora nunca foi agredida nem fez reclamações formais à diretoria. Nadia diz que queixou-se à direção.
A professora continua de licença, toma medicamentos e não pretende voltar mais a dar aulas.


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