São Paulo, sábado, 11 de novembro de 2000

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VIOLÊNCIA
Caso foi na noite de anteontem, em tentativa de assalto; músico está com o corpo paralisado da cintura para baixo
Baterista do Rappa leva três tiros no Rio

Felipe Varanda/"Agência JB"
O carro de Marcelo Yuka, com marcas de tiros; no detalhe, o baterista e letrista do grupo O Rappa


FERNANDA DA ESCÓSSIA
SERGIO TORRES


DA SUCURSAL DO RIO

O baterista e letrista do grupo O Rappa, Marcelo Fontes Nascimento Santana, o Marcelo Yuka, 35, está com o corpo paralisado da cintura para baixo. Yuka foi baleado três vezes na noite de anteontem durante tentativa de assalto na Tijuca, no Rio de Janeiro.
Seu estado de saúde é "extremamente grave", disse o neurocirurgião Ênio de Vuono, que operou o músico no hospital do Andaraí (zona norte). À noite, ele continuava internado no CTI, mas o hospital informou que não corria risco de morte.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado do Rio apresentou a versão de que o músico, ao volante de uma Toyota Hilux, foi baleado ao tentar fugir de ré de um grupo de criminosos que interrompera o trânsito para roubar um Pointer estacionado.
Amigos de Yuka apresentaram outra versão: ele tentou socorrer a dona do Pointer, Ana Cláudia (o sobrenome não foi divulgado pela polícia), fazendo uma manobra para assustar os ladrões.
Um taxista contou que pelo menos três assaltantes dispararam tiros de pistolas contra Yuka. O taxista, que não quis dar o nome, afirmou não ter como dizer se o músico tentou ou não ajudar a dona do Pointer. Ele disse que havia pelo menos oito assaltantes, que usaram uma Blazer e um Gol.
Yuka foi atingido na barriga, no tórax e no braço esquerdo. A bala que atingiu o tórax perfurou o pulmão esquerdo e se alojou a 5 milímetros da medula do músico.
Segundo de Vuono, a paralisia das pernas pode não ser definitiva, pois a bala que atingiu sua coluna causou um trauma na medula, mas não a seccionou.
O músico foi submetido a quatro cirurgias. Vários amigos estiveram no hospital, entre eles os companheiros de O Rappa (o vocalista Marcelo Falcão, o guitarrista Xandão e o tecladista Lobato) e os compositores Ed Motta e Ivo Meirelles.
À tarde, a polícia anunciou que procura Carlos Roberto Videira da Silva, 22, considerado suspeito de envolvimento no episódio.



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