DA SUCURSAL DO RIO

A preocupação com a violência policial e as questões sociais é uma das principais bandeiras do grupo O Rappa, expressa nas letras, nos shows e no site oficial da banda. "Paz sem voz não é paz, é medo", diz a letra de Marcelo Yuka para a canção "Minha Alma (A Paz que Eu Não Quero)". O videoclipe dessa canção, mostrando a violência em favelas cariocas, recebeu seis prêmios este ano.
O Rappa foi criado em 1993 e já lançou três discos, com melodias que misturam rap, reggae, hip hop e rock. Cinco por cento de seus lucros com o último disco, "Lado B, Lado A", foram destinados ao projeto "Na Palma da Mão", de auxílio a jovens em situações de risco (expostos à violência, ao uso de drogas ou ao desemprego, por exemplo). O disco já vendeu cerca de 300 mil cópias.
O projeto é coordenado pela Fase (Federação de Órgãos de Assistência Social e Educacional), que já repassou a verba para dois projetos, um de apoio a meninos de rua em Mato Grosso e outro de incentivo à produção rural alternativa em Rondônia.
O coordenador do Saap (Serviço de Análises de Assessoria e Projetos) da Fase, Lorenzo Zanetti, disse que a verba inicial doada pelo Rappa foi de R$ 10 mil, mas que esse valor já foi ultrapassado.
"O mais importante é a divulgação que eles fazem dos projetos. Temos recebido telefonemas de jovens querendo participar de ações sociais graças ao apoio do Rappa", afirmou.
Antes mesmo de se tornar conhecida, a banda fazia shows gratuitos em Vigário Geral (favela da zona norte onde 21 pessoas foram mortas em 93) e no morro do Cantagalo, em Ipanema.
Também doaram instrumentos ao grupo Afro-Reggae, criado na favela. No mês passado, o Rappa anunciou que não iria ao Rock in Rio 3, por discordar do horário da apresentação e achar que bandas estrangeiras estão sendo privilegiadas.
A participação do Rappa em um show marcado para ontem em Osasco foi cancelado. (FE e ST))


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