São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2007

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Para educadores, legislação precisa mudar

Propostas vão de controle eletrônico de presença dos docentes até adicional de salário aos profissionais mais assíduos

Diretora da Faculdade de Educação da USP afirma que governo e associações de classe têm de começar a debater soluções para faltas

DA REPORTAGEM LOCAL

Educadores entrevistados pela reportagem defendem uma mudança na legislação. "A escola existe para o aluno ter acesso ao seu direito de aprender. Os direitos do professor não podem se sobrepor aos dos estudantes", disse a diretora da Faculdade de Educação da USP, Sonia Penin, que defende também melhorias nas condições de trabalho dos docentes.
Para ela, o problema das faltas ainda não foi, de fato, enfrentado. "A secretaria e as associações de classe precisam sentar e se acertar. O que não pode é o aluno ficar sem aula."
O absenteísmo dos professores é um problema que atinge os alunos da rede estadual há mais de dez anos. Em 1994, a Folha publicou reportagem que mostrou que, somadas, as faltas representavam um mês de aulas perdidas.
O filósofo Mario Sergio Cortella, secretário da Educação na gestão da prefeita de São Paulo Luiza Erundina (então no PT), também defende melhores condições de trabalho, aliadas a uma melhoria na legislação.
"Se as condições são ruins, o professor, como qualquer outro profissional, vai aproveitar todos os escapes", disse.
Cortella afirma que o percentual de 12,8% de faltas diárias não é tão elevado como média, mas indica que a situação nas periferias esteja muito ruim.
Dados oficiais mostram que as regiões da capital paulista onde o absenteísmo é maior são as de bairros como Campo Limpo e Capão Redondo (zona sul) e Cidade Tiradentes e Guaianases (zona leste). Todas na periferia, com baixos indicadores socioeconômicos. "Embora seja cansativo ser professor, especialmente nas escolas distantes, não se justifica o profissional assinar o contrato de trabalho, receber por ele e não cumprir sua parte", diz Ilona Becskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann.
Para ela, é preciso criar diferenciais de salários para os assíduos e controle eletrônico de faltas, além de mudar a lei. (FT)


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