São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

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notas

NO BAR
O ator André Jurado, 40, e o publicitário Carlito Adese, 75, perguntam-se: "Acabou a luz no Brasil? Acabou a luz no mundo? Ou acabou a luz no sistema solar?". Eles tinham acabado de sair de um show no Sesc Vila Mariana quando foram atingidos pelo blecaute. Esbarraram no congestionamento da Paulista e pararam numa praia iluminada: era o bar Opção, colado ao Masp.
Lá, 200 pessoas afogavam as mágoas da escuridão em barris e barris de cerveja. Os bancários Guilherme Pelegrino, 22, e Erick Flosi, 29, esperavam a hora de poder ir para casa. A reportagem perguntou se estavam preocupados com o blecaute. Os dois responderam juntos: "Não, porque aqui tem um gerador muito bom". E comemoraram, "Saúde", batendo os copos de cerveja.

MADONNA
Em Ipanema, a cantora Madonna jantava no Fasano Al Mare, restaurante no térreo do hotel em que se hospeda, quando o sistema caiu. O sistema de geração de energia de emergência do hotel foi acionado, deixando os hóspedes no escuro por poucos segundos. Madonna continuou o jantar com dois empresários argentinos e a diretora-presidente do Estaleiro McLaren, Gisela McLaren.

BALADA
O casal Gabriela Vieira Pereira, 22, e Alexandre Alkmim Duro, 23, marcou um encontro em um bar na rua Augusta. Logo que os dois chegaram, houve o blecaute, e eles precisaram voltar para a rua. "Parecia até uma balada, as luzes ficaram piscando", afirmou Pereira, em referência à oscilação de energia.

BOM HUMOR
Os irmãos Mauro, 35, e Maurício Neiva, 34, viajaram a São Paulo com seu tio Ivan Neiva, 65, para um congresso de medicina. Bebiam em um restaurante da rua da Consolação quando houve o apagão. Eles resolveram ficar ali, mesmo no escuro, à espera da volta da luz. "Tivemos de suspender o pedido da carne, mas a cerveja, pelo menos, continuou gelada", disse Mauro. "O único problema é que não dava para ver as meninas bonitas na rua", brincou Maurício. Eles esperaram quase duas horas a volta da energia para pedir o prato principal.

BREU
O público do Sesc Pinheiros esperava a segunda peça da noite do grupo de dança contemporânea Corpo quando todas as luzes se apagaram. Quem conhecia bem o programa até que não se surpreendeu. Ironia, o nome da próxima peça a ser apresentada era "Breu".
"Já havia dado o segundo sinal [do fim do intervalo], quando "puft", as luzes se apagaram e as de emergência se acenderam", contou Amanda Queirós, 25. Após 30 minutos de espera pela normalização, o público foi dispersado. "Não falaram em devolver dinheiro, mas em trocar o ingresso por outra apresentação." Sem blecaute, a coreografia "Breu" terá última apresentação hoje.

DISQUE-PIZZA
Em um disque-pizza de Perdizes, os pedidos continuaram mesmo após a falta de energia. Usando forno a lenha, a produção de pizzas não foi interrompida. O único impedimento era usar o sistema eletrônico de pedidos. Mas, com um jeitinho brasileiro, os pedidos eram anotados à mão, e as entregas ocorreram normalmente. Segundo os motoboys, a demanda era a metade de um dia normal -até a 0h30, 20 pedidos haviam sido atendidos, 13 deles durante o apagão.

GELO NA CERVEJA
Num bar a algumas quadras do disque-pizza, a solução encontrada pelos donos para não ter prejuízo com a cerveja foi transferir todas as garrafas do freezer para uma caixa com uma enorme barra de gelo. Para driblar a falta de ar condicionado, a solução encontrada pelos frequentadores era ficar na porta, bebendo e conversando.


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