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Rebelião em cadeia de Manaus deixa 3 mortos
Com 828 detentos, local tinha lotação 8 vezes superior a sua capacidade
No início da noite, após presos entregarem lista de exigências, tumulto foi controlado e os cinco reféns foram soltos
KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
Presos da cadeia pública
Raimundo Vidal Pessoa, em
Manaus (AM), mataram ontem três detentos durante
uma rebelião, que durou até
as 19h (horário de Brasília).
Cinco agentes sociais -três
mulheres e dois homens- foram mantidos reféns.
Órgãos de segurança chegaram a informar que quatro
detentos estavam mortos.
A cadeia pública está superlotada. Tem capacidade
para 104 detentos e abrigava,
até antes da rebelião, 828-
ou seja, oito vezes mais.
A rebelião começou às 11h
(13h em Brasília)- menos de
24h após o final de outra revolta: no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São
Luís, no Maranhão, que terminou com a morte de 18 detentos.
Na rebelião de Manaus, foram necessárias quatro horas
de negociações para que os
presos libertassem uma das
reféns. A assistente social Tereza Maria Barbosa, 39, passou mal após ser solta e foi levada para atendimento médico pelo Samu.
Os presos rebelados libertaram a assistente social em
troca do fornecimento de
água e do restabelecimento
da energia elétrica na cadeia,
que havia sido cortada.
O desembargador Arnaldo
Carpinteiro Péres, do Tribunal de Justiça do Amazonas,
que acompanhava as negociações dentro da cadeia, disse que os presos reivindicavam a demissão do diretor da cadeia, Frank Bezerra.
À tarde, o secretário de
Justiça e Direitos Humanos,
Carlos Lauria, disse que não
negociaria a saída do diretor.
Em troca, os rebelados
apresentaram uma lista com
dez reivindicações -a principal delas, a revisão dos processos, o que pode diminuir a
lotação. Todas foram aceitas
pela comissão que negociava
a rendição, e a rebelião terminou no início da noite.
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