São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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Rebelião em cadeia de Manaus deixa 3 mortos

Com 828 detentos, local tinha lotação 8 vezes superior a sua capacidade

No início da noite, após presos entregarem lista de exigências, tumulto foi controlado e os cinco reféns foram soltos

KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

Presos da cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa, em Manaus (AM), mataram ontem três detentos durante uma rebelião, que durou até as 19h (horário de Brasília). Cinco agentes sociais -três mulheres e dois homens- foram mantidos reféns.
Órgãos de segurança chegaram a informar que quatro detentos estavam mortos.
A cadeia pública está superlotada. Tem capacidade para 104 detentos e abrigava, até antes da rebelião, 828- ou seja, oito vezes mais.
A rebelião começou às 11h (13h em Brasília)- menos de 24h após o final de outra revolta: no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão, que terminou com a morte de 18 detentos.
Na rebelião de Manaus, foram necessárias quatro horas de negociações para que os presos libertassem uma das reféns. A assistente social Tereza Maria Barbosa, 39, passou mal após ser solta e foi levada para atendimento médico pelo Samu.
Os presos rebelados libertaram a assistente social em troca do fornecimento de água e do restabelecimento da energia elétrica na cadeia, que havia sido cortada.
O desembargador Arnaldo Carpinteiro Péres, do Tribunal de Justiça do Amazonas, que acompanhava as negociações dentro da cadeia, disse que os presos reivindicavam a demissão do diretor da cadeia, Frank Bezerra.
À tarde, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Carlos Lauria, disse que não negociaria a saída do diretor.
Em troca, os rebelados apresentaram uma lista com dez reivindicações -a principal delas, a revisão dos processos, o que pode diminuir a lotação. Todas foram aceitas pela comissão que negociava a rendição, e a rebelião terminou no início da noite.


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