IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sem empolgação, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, anunciou ontem o projeto mais ambicioso de sua gestão: a Escola Ideal, na qual todas as unidades educacionais de um município são reformadas, ampliadas, modernizadas e os alunos e professores recebem bolsas de incentivo. Questionado sobre o desânimo que aparentava, Cristovam disse que não faz "milagres".
"É falta de demagogia, é seriedade, é responsabilidade. E é a indignação com o quadro atual. Não estamos contentes com o quadro que aí está, mas não vamos prometer milagres para resolvê-lo de um dia para o outro. Leva tempo", disse o ministro.
Para 2004, há previsão de R$ 390 milhões para o projeto, o que permitiria o atendimento de cerca de 130 municípios, tendo como base o custo atual de cerca de R$ 3 milhões por cidade. Só que não se sabe de onde virá o dinheiro.
Neste ano, como não havia rubrica orçamentária, foi preciso remanejar de outras áreas. O FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) obteve R$ 91,9 milhões.
A verba irá para sete Estados -Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Goiás e Santa Catarina. Serão atendidas 29 cidades isoladas com até 15 mil habitantes e baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Ao todo serão atendidas 568 escolas e 88.568 alunos, que receberão uniformes, serão transportados até a escola e, se for o caso, terão direito a bolsa-escola. As unidades vão passar por reformas, construção de banheiros, instalação de vídeos e acesso a internet.
Há no país cerca de 180 mil escolas e 32 milhões de alunos. Cristovam estima um prazo de 15 anos para atender a todas.


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