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Redemocratização foi incentivo
DA SUCURSAL DO RIO
Para analistas ouvidos pela Folha, o processo de redemocratização política e o aumento da consciência da sociedade a respeito de
seus direitos e dos deveres do Estado são as principais explicações
para o crescimento acelerado das
entidades do terceiro setor no
Brasil, especialmente daquelas
cujo foco são direitos humanos
ou meio ambiente.
"É um reflexo da maior organização da sociedade. Em muitos
casos, foram entidades criadas
para defender direitos do cidadão
ou interesses comuns", diz Anna
Maria Peliano, pesquisadora do
Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O diretor-executivo do Gife
(Grupo de Institutos, Fundações e
Empresas), Fernando Rossetti,
acrescenta a abertura econômica
e o controle da inflação.
"Antes da década de 90, o Brasil
era mais fechado economicamente e isso fazia o país mais fechado
culturalmente. Quando a economia se abriu, novas culturas corporativas, como a de empresas
dos Estados Unidos, ou de participação da sociedade civil, como na
Europa, foram sendo incorporadas. Essas culturas acabaram dialogando com uma democracia
nascente no Brasil", diz Rossetti.
Jorge Eduardo Durão, diretor-geral da Abong (Associação Brasileira de ONGs), cita como marco a conferência mundial de meio
ambiente que aconteceu em 1992
no Rio, que contribuiu para dar
visibilidade ao trabalho das ONGs
e para despertar setores da população para problemas ambientais.
Por ter sido feita a partir de um
cadastro já existente, não foi possível pesquisar as fontes de financiamento ou de forma mais detalhada a função dessas entidades.
Para o diretor-geral da Abong, o
papel das ONGs não é substituir o
Estado: "Não temos vocação para
isso, mas fazemos um importante
papel de fortalecimento da sociedade civil". Sobre as fontes de financiamento, Durão afirma que,
entre as filiadas da Abong, há uma
parcela significativa que recebe
recursos estrangeiros.
Para Rossetti, identificar as fontes de financiamento numa nova
pesquisa é fundamental: "É importante saber o que é recurso público e o que é recurso privado, ou
onde o terceiro setor está fazendo
papel de Estado e onde ele está
atuando em parceria".
O diretor do Gife diz que ainda
há entidades com um foco mais
assistencialista, mas que o perfil
das organizações está mudando.
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