São Paulo, sábado, 11 de dezembro de 2010

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Prefeito de Jandira é morto com 13 tiros

Braz Paschoalin (PSDB) foi assassinado de manhã em frente a estação de rádio; quatro suspeitos foram detidos

O segurança do prefeito também foi atingido e levado ao Hospital das Clínicas; vereador diz que Braz sofria ameaças


Thiago Henrique-10.nov.2010/Futura Press
Carro do prefeito de Jandira; Braz Paschoalin foi assassinado com 13 tiros

DE SÃO PAULO
DO "AGORA"


Era perto das 8h de ontem quando o locutor da rádio Astral FM, de Jandira (cidade de 108.436 habitantes na Grande SP), relatava como foi a festa de aniversário da cidade, na antevéspera: "O prefeito Braz Paschoalin subiu para agradecer a presença do público...".
Ao fundo, uma série de rajadas interrompe a locução. O radialista toma fôlego e continua: "O pessoal "tá" bagunçando aí... O prefeito subiu ao palco e aí soltaram os fogos, é isso que aconteceu?".
Do lado de fora da emissora, o prefeito Walderi Braz Paschoalin (PSDB), 62, acabara de ser assassinado por 13 tiros ao chegar para apresentar o programa semanal "Bom Dia, Prefeito".
Seu segurança, Wellington Martins, o Geleia, que dirigia o carro, foi atingido na cabeça e, até a noite de ontem, estava internado em estado grave no Hospital das Clínicas de São Paulo. Nada foi roubado.
Segundo a polícia, os atiradores fugiram em Focus prata, encontrado mais tarde a cerca de três quilômetros do local do crime. A lataria do carro estava encharcada de combustível, o que indica que planejavam incendiá-lo.
Também foram achados projéteis semelhantes aos do local do crime. Havia tiros de fuzil e outros de pistola ou submetralhadora.
Para o delegado Marcos Lima, ainda não é possível saber qual foi a motivação do crime. "Primeiro, queremos encontrar quem matou."
O líder do governo na Câmara de Jandira, Henrique de Alexandria, disse que o prefeito havia recebido ameaças por telefone -a última, há oito meses.
"Ligaram para ele e disseram pra tomar cuidado com o que andava falando", diz Alexandria, que afirma também ter sido ameaçado. "No meu ponto de vista, foi um crime encomendado."
Paschoalin, que era investigado em inquéritos sobre corrupção, tomava cuidados e seu carro, um Jetta, era blindado. Ele ontem estava no Fiesta de seu segurança.
Ontem, no velório, o governador Alberto Goldman (PSDB) declarou: "Não foi um ato simples, um assassinato por motivo fútil. Deve haver outros interesses por trás disso".
Quatro homens foram detidos. A polícia diz que, nas mãos de dois deles, foram encontrados vestígios de pólvora, e os outros dois estavam perto do Focus abandonado, com garrafas de combustível.
Um deles é acusado de tentar assaltar a casa da filha do prefeito em setembro.
Uma adolescente, funcionária da Astral FM, diz ter visto o crime, mas não reconheceu nenhum dos detidos.
O prefeito deixa mulher, três filhos e quatro netos. O enterro será hoje, às 16h45.
(AFONSO BENITES, RAPHAEL MARCHIORI, JULIANNA GRANJEIA e LÉO ARCOVERDE)


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