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Criação de novas rotas desafoga os grandes terminais
Linhas desviam movimento de aeroportos de São Paulo, Rio e Brasília, os mais movimentados do país
FÁBIO FREITAS
VITOR SION
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As novas rotas criadas por
companhias aéreas que não
lideram o mercado do setor
têm ajudado a desafogar os
aeroportos de São Paulo, Rio
de Janeiro e Brasília, os mais
movimentados do país.
Essa consequência não era
intenção das empresas, mas
diminui o número de passageiros e aeronaves nesses
centros, afirma Humberto
Bettini, economista da Unicamp e pesquisador do ITA
(Instituto Tecnológico de Aeronáutica).
Cada rota tem dois tipos de
passageiros: os que permanecem no destino do voo e
aqueles em trânsito, que irão
para uma terceira cidade. Segundo Bettini, as ligações recém-criadas tiram parte desse segundo tipo dos aeroportos centrais.
Entre as linhas que geram
o efeito estão Belo Horizonte-Curitiba, coberta por três empresas, e Goiânia-Porto Alegre, por uma.
Com voos diretos saindo
da capital mineira, o empresário Lenini Lamounier economiza até duas horas para ir
a Porto Alegre ou Campo
Grande. Ele diz que é um
transtorno quando há escala.
Já o diretor de política de
aviação civil do Ministério da
Defesa, Fernando Soares, minimiza esse impacto. "Diminui o tráfego nos aeroportos
centrais, mas o crescimento
da demanda é mais rápido."
A criação de novas rotas
faz parte do desenvolvimento da aviação regional no
país, na medida em que as
empresas aéreas buscam
mercados pouco atendidos.
A tendência é de crescimento do número de cidades
com voos regulares, afirma
Soares. De abril a novembro
deste ano, o número passou
de 121 municípios para 130.
Com o aumento, mais aeroportos se tornaram centros
de distribuição de voos, caso
de Belo Horizonte e Goiânia.
Principais responsáveis pelo
fenômeno, as menores companhias ampliaram a participação no mercado de 13,4%
para 18% em um ano.
O governo discute criar
medidas para estimular o setor, como subsídios para rotas de menor demanda e tarifas especiais em aeroportos
de baixa densidade.
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