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CONGONHAS
Aeroporto ganhará novo sistema de pouso por instrumentos
Equipamento vai evitar desvios de vôos para Cumbica
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de março, os mais de
dez milhões de passageiros que
utilizam anualmente o aeroporto
de Congonhas (zona sul de São
Paulo) não correrão mais o risco
de terem seus vôos desviados para o Aeroporto Internacional de
Cumbica, em Guarulhos (Grande
São Paulo) em razão de mau tempo ou baixa visibilidade.
O fim dos transtornos causados
pela "mudança de planos"
-atrasos, maiores gastos com táxi e prejuízos para as companhias
aéreas- e o melhor aproveitamento da pista de Congonhas serão consequências da instalação
do ILS, sigla em inglês para Sistema de Pouso por Instrumento,
que vai nortear o piloto até que o
avião esteja a 70 metros do chão.
Instalado pela Aeronáutica, a
um custo de R$ 1,3 milhão, o ILS é
formado por duas antenas: uma
que orienta os pilotos no sentido
direita-esquerda e outra que faz o
mesmo no sentido cima-baixo.
Os beneficiados serão os cerca
de 220 vôos que chegam diariamente a uma das cabeceiras da
pista principal do aeroporto -a
35L- ou dela decolam.
De acordo com o Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São
Paulo, são realizados em média
550 pousos e decolagens por dia
no aeroporto de Congonhas.
Do total, entre 60% e 70% usam
a outra cabeceira da pista principal -a 17R -, cuja rota passa
por cima do shopping Ibirapuera
e do bairro de Moema (zona sul) e
que já dispõe, há cerca de seis
anos, de um equipamento ILS.
O restante (entre 30% e 40%)
utiliza a cabeceira 35L -rota que
vem pelo Jabaquara (zona sul)-,
onde a orientação para pouso limita-se hoje à altura mínima de
220 metros, porque os aparelhos
existentes têm menor precisão.
O que determina em que cabeceira o avião vai pousar é a direção do vento, que deve ser contrária à do pouso, explica o tenente-coronel Helio Severino da Silva
Filho, chefe do serviço de proteção ao vôo de São Paulo.
Quando há más condições meteorológicas ou de visibilidade, os
aviões que descem na cabeceira
do Jabaquara precisam ser desviados para Guarulhos ou, no caso de a aeronave estar com poucos passageiros e pouco combustível (ou seja, leve), pousar na pista auxiliar de Congonhas -o que
prejudica o tráfego aéreo e também causa atrasos.
Não há dados sobre a frequência com que os vôos precisam ser
desviados para Guarulhos por falta de condições de pouso em Congonhas. Silva Filho sustenta, entretanto, que ela é "significante".
O tenente-coronel explica que o
segundo ILS só está sendo instalado agora porque começou a ser
necessário. A cabeceira do Jabaquara sempre foi menos usada
pelos aviões, mas vem sendo cada
vez mais requisitada e é fortemente atingida, em especial durante o
período chuvoso do verão, afirma. "Em aviação, não podemos
esperar as coisas acontecerem.
Temos de ir sempre atrás por
questões de segurança."
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