São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONGONHAS

Aeroporto ganhará novo sistema de pouso por instrumentos

Equipamento vai evitar desvios de vôos para Cumbica

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de março, os mais de dez milhões de passageiros que utilizam anualmente o aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) não correrão mais o risco de terem seus vôos desviados para o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo) em razão de mau tempo ou baixa visibilidade.
O fim dos transtornos causados pela "mudança de planos" -atrasos, maiores gastos com táxi e prejuízos para as companhias aéreas- e o melhor aproveitamento da pista de Congonhas serão consequências da instalação do ILS, sigla em inglês para Sistema de Pouso por Instrumento, que vai nortear o piloto até que o avião esteja a 70 metros do chão.
Instalado pela Aeronáutica, a um custo de R$ 1,3 milhão, o ILS é formado por duas antenas: uma que orienta os pilotos no sentido direita-esquerda e outra que faz o mesmo no sentido cima-baixo.
Os beneficiados serão os cerca de 220 vôos que chegam diariamente a uma das cabeceiras da pista principal do aeroporto -a 35L- ou dela decolam.
De acordo com o Serviço Regional de Proteção ao Vôo de São Paulo, são realizados em média 550 pousos e decolagens por dia no aeroporto de Congonhas.
Do total, entre 60% e 70% usam a outra cabeceira da pista principal -a 17R -, cuja rota passa por cima do shopping Ibirapuera e do bairro de Moema (zona sul) e que já dispõe, há cerca de seis anos, de um equipamento ILS.
O restante (entre 30% e 40%) utiliza a cabeceira 35L -rota que vem pelo Jabaquara (zona sul)-, onde a orientação para pouso limita-se hoje à altura mínima de 220 metros, porque os aparelhos existentes têm menor precisão.
O que determina em que cabeceira o avião vai pousar é a direção do vento, que deve ser contrária à do pouso, explica o tenente-coronel Helio Severino da Silva Filho, chefe do serviço de proteção ao vôo de São Paulo.
Quando há más condições meteorológicas ou de visibilidade, os aviões que descem na cabeceira do Jabaquara precisam ser desviados para Guarulhos ou, no caso de a aeronave estar com poucos passageiros e pouco combustível (ou seja, leve), pousar na pista auxiliar de Congonhas -o que prejudica o tráfego aéreo e também causa atrasos.
Não há dados sobre a frequência com que os vôos precisam ser desviados para Guarulhos por falta de condições de pouso em Congonhas. Silva Filho sustenta, entretanto, que ela é "significante".
O tenente-coronel explica que o segundo ILS só está sendo instalado agora porque começou a ser necessário. A cabeceira do Jabaquara sempre foi menos usada pelos aviões, mas vem sendo cada vez mais requisitada e é fortemente atingida, em especial durante o período chuvoso do verão, afirma. "Em aviação, não podemos esperar as coisas acontecerem. Temos de ir sempre atrás por questões de segurança."



Texto Anterior: Vítima de buraco no calçamento pode ir à Justiça
Próximo Texto: Panorâmica - Vigilância Sanitária: Venda de Meleca Louca é suspensa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.