São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

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ENTREVISTA

Preço de protetor solar dificulta uso

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O alto preço é o maior impeditivo para que muitos brasileiros usem protetores solares, diz Jayme de Oliveira Filho, 51, coordenador da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
A sociedade verificou em uma pesquisa com 9.051 paulistas durante a campanha em novembro de 2002 que a maioria (68,6%) ainda toma sol sem o filtro. A SBD quer que os protetores sejam considerados produtos de saúde, e não cosméticos, o que implicaria redução do custo devido à menor carga de impostos.

Folha - O que faz com que tantos ainda não usem filtros solares?
Jayme de Oliveira Filho
- O fator que mais emperra é o financeiro.

Folha - Qual é a situação da proposta para diminuir os impostos?
Oliveira Filho
- É superdifícil convencer o governo de que não há interesse financeiro. Estamos em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A preocupação maior é com produtos que sirvam para prevenção. Não é para qualquer filtro. Sabemos que beneficiar um produto fator 2, por exemplo, não tem sentido, porque ele não garante proteção alguma. Um indivíduo com melanoma [tipo de câncer da pele mais grave" custa ao governo mais do que a nossa campanha realizada no Brasil inteiro [foram despendidos R$ 180 mil".

Folha - Quais são os principais equívocos em relação à proteção?
Oliveira Filho
- O primeiro erro é achar que só o filtro protege. A vestimenta é importante, como roupa clara de algodão. O guarda-sol também. O de nylon deixa passar quase 50% dos raios. Já o de algodão ou de lona deixa passar menos de 5% da radiação.


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