São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2008

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Na reabertura do Masp, sobra público e falta segurança

Fila de mais de cem pessoas se formou antes das 11h, quando o museu abriu; obras de Picasso e Portinari foram expostas

Segurança frágil não impediu visitantes de tocar e fotografar obras de arte; nesses casos, diz Masp, monitores podem intervir

Sebastião Moreira/EFE
Mais de cem visitantes fazem fila no vão livre do Masp, aguardando a reabertura do museu que passou 22 dias fechado; celulares, chaves e pilhas passaram pelo detector de metais, que não apitou

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Fotografar os quadros é proibido, mas quem queria fotografava. Tocar nos quadros é mais proibido ainda, mas, com alguma discrição, isso também era possível ontem, na reabertura do Masp (Museu de Arte de São Paulo).
O museu ficou fechado por 22 dias por causa do furto de duas de suas telas -"O Lavrador de Café", de Candido Portinari , e "Retrato de Suzane Bloch", de Pablo Picasso- em 20 de dezembro. Recuperadas na terça-feira pela Polícia Civil, as telas já eram exibidas ontem.
"O Lavrador de Café", aliás, foi mudada de lugar para que fosse a primeira coisa a ser vista pelo visitante ao sair do elevador que leva à sala de exposições do acervo permanente.
Seria, não fossem as câmeras das emissoras de TV e as dezenas de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas que se aglomeravam em busca da melhor imagem e do melhor personagem.
A aglomeração de repórteres começava já no vão livre, onde uma fila de mais de cem pessoas começou a se formar pouco antes das 11h, horário previsto para a reabertura do museu -o número de visitantes só será divulgado na segunda-feira. A Folha entrou na fila às 11h e só conseguiu comprar ingresso 30 minutos depois.
Para entrar, tudo bem. Mesmo com dois celulares, chaves e pilhas nos bolsos, o detector de metais não apitou. A reportagem chegou a mostrar um dos celulares para um dos cerca de dez seguranças, que só alertou: "Só não pode tirar foto".
Não podia, mas os monitores e seguranças nem se importavam quando um visitante tirava a máquina fotográfica ou celular para fotografar as obras.
A tela "O Estudante", de 1888, do holandês Vincent Van Gogh (1853-1890), foi fotografada pelo celular do repórter. O vidro que protegia "Passeio ao Crepúsculo", de 1890, também do holandês, foi tocado. Nenhum segurança sequer alertou o repórter -que não se identificou como tal- de que aquilo era proibido.
A assessoria de imprensa do Masp informou que fotografar é proibido por questões de segurança e porque o flash pode danificar as obras. Os monitores estão orientados a intervir, informou a assessoria.
Sobre o detector de metais, o Masp informou que ele está funcionando, mas que está regulado de forma "menos sensível", exatamente para não detectar celulares, chaves e outros objetos de metal não considerados perigosos.


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