São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2008

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BAURU

Seis PMs são indiciados por morte e tortura de garoto

BRUNO MESTRINELLI
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

A Polícia Civil de Bauru (343 km de SP) indiciou sob acusação de homicídio doloso, tortura e abuso de autoridade seis policiais militares pela morte do adolescente Carlos Rodrigues Júnior, 15, no final do ano passado.
O garoto morreu após levar choques. Foi pedida a prisão preventiva dos seis PMs -a Justiça tem oito dias para definir se acata ou não.
Segundo inquérito, os suspeitos desferiram os choques com o plugue de um fio desencapado. Os 15 choques deixaram 30 marcas, devido aos pólos negativo e positivo.
Para o delegado seccional de Bauru, Doniseti José Pinezzi, "testes no IML apontaram que, para produzir lesões, o plugue tem de ficar de 30 a 40 segundos na pele".
Para o delegado-assistente da seccional de Bauru, Marcelo Haddad, a tortura era para a confissão do garoto, acusado de roubo.
Em depoimento, os PMs mudaram a versão de que nenhum deles havia presenciado a tortura. O cabo Gerson Gonzaga da Silva e os soldados Maurício Augusto Delasta e Juliano Arcangelo Bonini dizem que o tenente Roger Marcel Soares e o soldado Emerson Ferreira foram os responsáveis pelos choques -os dois acusam o cabo e os dois soldados. O soldado Ricardo Ottaviani ficou do lado de fora do quarto onde o garoto foi torturado.
O advogado de defesa de Delasta, Ottaviani, Bonini e Gonzaga confirma a versão. O advogado de Soares e Ferreira não foi encontrado para falar sobre o assunto.


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