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SEGURANÇA
Sumaré, Hortolândia e Campinas estão entre os dez municípios com maior número de homicídios do Estado
Região tem 3 das cidades mais violentas
DA REPORTAGEM LOCAL
Das dez cidades com maior número de homicídios dolosos por
100 mil habitantes do Estado de
São Paulo em 2004, três ficam na
região de Campinas (95 km de
SP). A polícia local reconhece que
a região é problemática, mas afirma que medidas foram tomadas
para minimizar a situação.
É a primeira vez que Sumaré
aparece no grupo dos dez. Hortolândia (105 km de SP), na segunda
colocação em 2004, e a própria
Campinas, no 10º lugar, já fizeram
parte dessa lista nos últimos anos.
"Existe uma tendência de queda, mas [a estatística] ainda está
em um nível alto", disse o diretor
do Deinter (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) 2, em
Campinas, delegado José Laerte
Goffi Macedo.
Das três cidades, duas registraram queda em relação ao ano anterior e uma, Sumaré, crescimento dos registros em 2004, o que lhe
garantiu uma inédita liderança no
ranking do Estado.
A conclusão de um concurso,
em andamento, para investigadores vai permitir a transferência de
mais policiais para esses municípios, segundo o delegado.
O coronel Reynaldo Pinheiro
Silva, comandante do CPI (Comando de Policiamento do Interior) 2 da PM, disse que um batalhão, a ser instalado até o final do
mês em Sumaré, vai permitir quase dobrar o número de policiais.
Segundo o secretário de Segurança Pública de Sumaré, Roberto
Fernandes Guimarães, o inchaço
populacional e o aumento do desemprego explicam as estatísticas.
"A atividade industrial não caiu,
mas as empresas querem trabalhadores qualificados."
Ele sustentou que os crimes
também podem ter relação com a
unidade prisional existente na cidade -um Centro de Ressocialização, que abriga presos em regime fechado, semi-aberto e provisório. "O presídio traz gente boa e
gente ruim", afirmou.
O coordenador da CAP da Secretaria da Segurança Pública,
Túlio Kahn, afirma que as estatísticas não mostram que a morte de
presos tenha influenciado nos
coeficientes e afirma que não há
nenhum levantamento sobre o
envolvimentos das visitas dos
presos em crimes na região. Segundo ele, a análise do nível de
criminalidade de uma cidade é
complexa e exigia o estudo de outros índices, inclusive sociais.
Para o deputado Vanderlei Siraque (PT), da comissão de segurança da Assembléia Legislativa,
os índices sociais não são a única
explicação. "A polícia é só reativa.
Não há planejamento na área de
segurança. Age de forma pontual
onde tem reclamação", disse.
Siraque acredita que o fenômeno da "interiorização do crime"
só ocorreu porque o governo
priorizou a segurança na região
metropolitana. "Agora corre contra o prejuízo", afirmou.
O ouvidor da polícia paulista,
Itajiba Farias Ferreira Cravo, afirma que uma das deficiências no
interior é a polícia científica. "O
interior não é mais aquele interior. Houve um processo de metropolização que requer um aumento do suporte dessas cidades", afirmou Cravo.
Hortolândia
No segundo lugar no Estado,
Hortolândia sofre defasagem de
50% no efetivo de policiais civis,
de acordo com o delegado titular
da cidade, Peterson Tadeu de Melo. Há 34 agentes atuando em três
delegacias. Para o delegado, seria
necessário o dobro. Hortolândia
tem 190 mil habitantes.
Segundo o delegado, o problema de falta de efetivo deve ser minimizado com a contratação de
mais funcionários ainda neste
ano. As polícias Civil e Militar dizem estar intensificando as rondas em locais perigosos.
Colaborou a Agência Folha
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