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Médico do Brasil diz não ter sido remunerado
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
No Brasil, para o lançamento do
Vioxx, a Merck constituiu um comitê de aconselhamento, com alguns dos especialistas mais renomados, relata o reumatologista
Caio Moreira, professor da Universidade Federal de Minas Gerais que integrou o grupo pouco
antes de assumir a sociedade brasileira de sua especialidade.
"Todos os principais chefes de
serviço participavam de um grupo que se reunia periodicamente
para discutir as estratégias de lançamento, de comercialização, de
divulgação do produto e das palestras, mas em nenhum momento, nunca, ouvi que alguém tivesse
sido assediado de alguma maneira, ou que tenha se comprometido. E eu muito menos, em momento algum falaram nada comigo que fosse antiético", afirmou.
Segundo Moreira, os especialistas coordenaram estudos sobre o
Vioxx com pacientes brasileiros
em suas universidades. Nenhum
deles, afirma, foi remunerado diretamente. Os recursos, cujo
montante ele diz não se recordar,
eram direcionados para os custos
operacionais das pesquisas.
"A gente não tinha idéia nenhuma sobre a segurança cardiovascular", afirmou ontem Moreira,
que destacou que trabalhava, em
seus receituários, com Vioxx e Celebra nas posologias indicadas.
A empresa afirmou que sua estratégia de marketing no Brasil jamais envolveu procedimentos antiéticos e visava informar a classe
médica e a população. Os estudos
em universidades são prática normal no país, disse ainda.
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