São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2005

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Médico do Brasil diz não ter sido remunerado

FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

No Brasil, para o lançamento do Vioxx, a Merck constituiu um comitê de aconselhamento, com alguns dos especialistas mais renomados, relata o reumatologista Caio Moreira, professor da Universidade Federal de Minas Gerais que integrou o grupo pouco antes de assumir a sociedade brasileira de sua especialidade.
"Todos os principais chefes de serviço participavam de um grupo que se reunia periodicamente para discutir as estratégias de lançamento, de comercialização, de divulgação do produto e das palestras, mas em nenhum momento, nunca, ouvi que alguém tivesse sido assediado de alguma maneira, ou que tenha se comprometido. E eu muito menos, em momento algum falaram nada comigo que fosse antiético", afirmou.
Segundo Moreira, os especialistas coordenaram estudos sobre o Vioxx com pacientes brasileiros em suas universidades. Nenhum deles, afirma, foi remunerado diretamente. Os recursos, cujo montante ele diz não se recordar, eram direcionados para os custos operacionais das pesquisas.
"A gente não tinha idéia nenhuma sobre a segurança cardiovascular", afirmou ontem Moreira, que destacou que trabalhava, em seus receituários, com Vioxx e Celebra nas posologias indicadas.
A empresa afirmou que sua estratégia de marketing no Brasil jamais envolveu procedimentos antiéticos e visava informar a classe médica e a população. Os estudos em universidades são prática normal no país, disse ainda.


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