|
Próximo Texto | Índice
Preso liderou o assalto e arrastou João, diz a polícia
Delegado diz que amanhã fará acareação com os 5 suspeitos do crime
Carlos Eduardo, o Dudu, diz que tentou se entregar no sábado; ainda há dúvida sobre quantas pessoas estavam no veículo roubado
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Acusado pela polícia de ter liderado o assalto que terminou
no brutal assassinato do menino João Hélio Fernandes Vieites, de seis anos, Carlos Eduardo Toledo de Lima, 23, entregou-se ontem à polícia e negou
ter participado do crime.
Carlos Eduardo, o Dudu, era
procurado desde quinta-feira.
Para a polícia, era ele quem dirigia o Corsa -quando o garoto,
preso ao cinto de segurança, foi
arrastado por quase sete quilômetros pelas ruas do Rio. Ele
foi levado à 30ª DP pelo padrasto e pai do adolescente que está
preso, Nilson Nonato da Silva.
O rapaz, segundo a polícia, é
apontado como líder de uma
quadrilha de roubo de automóveis, o que ele também negou.
Dudu disse que esteve a um
quarteirão da delegacia, na madrugada de sábado, para se entregar. Naquele dia, a polícia
anunciava que estava à procura
dele em favelas no Rio e em
municípios vizinhos.
O rapaz diz ter esperado na
rua, enquanto o padrasto foi à
delegacia à procura do inspetor
Aliel Oliveira, com quem havia
conversado por telefone. Como
o inspetor não estava, os dois
foram embora. Segundo o inspetor, o padrasto ligou para ele
no sábado à noite e o rapaz se
entregou, ontem, às 9h.
O delegado Hércules Nascimento irá fazer uma acareação,
amanhã, entre os cinco suspeitos que estão em prisão temporária, para esclarecer divergências sobre a participação de cada um no crime, apontadas nos
depoimentos deles.
A principal dúvida refere-se
ao número de pessoas que estavam no Corsa Sedan, enquanto
o menino era arrastado.
Um motorista, que se emparelhou com o Corsa para advertir que havia algo sendo arrastado -e que disse ter ouvido,
em resposta, tratar-se de um
boneco de Judas- afirmou ter
visto três pessoas no veículo.
Mas outra testemunha disse ter
visto só dois rapazes no carro,
quando ele foi abandonado.
Para o delegado, os dois relatos não são contraditórios porque um dos três pode ter descido durante o trajeto. Há ainda a
hipótese de a testemunha não
ter visto a terceira pessoa.
O delegado também anunciou que haverá nova reconstituição do crime, mas sem a participação da família nem dos
suspeitos. Deverá ser feita com
moradores que presenciaram a
passagem do veículo.
O crime aconteceu na quarta.
A mãe de João Hélio, Rosa, e a
irmã Aline conseguiram sair do
veículo durante o assalto, mas
não conseguiram desprender o
menino do cinto de segurança.
Estão em prisão temporária
sob suspeita de participação no
crime Diego Nascimento da Silva, 18, um adolescente de 16
anos que é irmão de Carlos
Eduardo, Thiago Abreu Matos,
19, que levou o grupo até o local
do assalto no táxi do pai, e, ainda, Carlos Roberto Silva, 21,
que estava no táxi com Thiago.
Próximo Texto: Frases Índice
|