São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

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Preso liderou o assalto e arrastou João, diz a polícia

Delegado diz que amanhã fará acareação com os 5 suspeitos do crime

Carlos Eduardo, o Dudu, diz que tentou se entregar no sábado; ainda há dúvida sobre quantas pessoas estavam no veículo roubado


ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Acusado pela polícia de ter liderado o assalto que terminou no brutal assassinato do menino João Hélio Fernandes Vieites, de seis anos, Carlos Eduardo Toledo de Lima, 23, entregou-se ontem à polícia e negou ter participado do crime.
Carlos Eduardo, o Dudu, era procurado desde quinta-feira. Para a polícia, era ele quem dirigia o Corsa -quando o garoto, preso ao cinto de segurança, foi arrastado por quase sete quilômetros pelas ruas do Rio. Ele foi levado à 30ª DP pelo padrasto e pai do adolescente que está preso, Nilson Nonato da Silva.
O rapaz, segundo a polícia, é apontado como líder de uma quadrilha de roubo de automóveis, o que ele também negou.
Dudu disse que esteve a um quarteirão da delegacia, na madrugada de sábado, para se entregar. Naquele dia, a polícia anunciava que estava à procura dele em favelas no Rio e em municípios vizinhos.
O rapaz diz ter esperado na rua, enquanto o padrasto foi à delegacia à procura do inspetor Aliel Oliveira, com quem havia conversado por telefone. Como o inspetor não estava, os dois foram embora. Segundo o inspetor, o padrasto ligou para ele no sábado à noite e o rapaz se entregou, ontem, às 9h.
O delegado Hércules Nascimento irá fazer uma acareação, amanhã, entre os cinco suspeitos que estão em prisão temporária, para esclarecer divergências sobre a participação de cada um no crime, apontadas nos depoimentos deles.
A principal dúvida refere-se ao número de pessoas que estavam no Corsa Sedan, enquanto o menino era arrastado.
Um motorista, que se emparelhou com o Corsa para advertir que havia algo sendo arrastado -e que disse ter ouvido, em resposta, tratar-se de um boneco de Judas- afirmou ter visto três pessoas no veículo. Mas outra testemunha disse ter visto só dois rapazes no carro, quando ele foi abandonado.
Para o delegado, os dois relatos não são contraditórios porque um dos três pode ter descido durante o trajeto. Há ainda a hipótese de a testemunha não ter visto a terceira pessoa.
O delegado também anunciou que haverá nova reconstituição do crime, mas sem a participação da família nem dos suspeitos. Deverá ser feita com moradores que presenciaram a passagem do veículo.
O crime aconteceu na quarta. A mãe de João Hélio, Rosa, e a irmã Aline conseguiram sair do veículo durante o assalto, mas não conseguiram desprender o menino do cinto de segurança.
Estão em prisão temporária sob suspeita de participação no crime Diego Nascimento da Silva, 18, um adolescente de 16 anos que é irmão de Carlos Eduardo, Thiago Abreu Matos, 19, que levou o grupo até o local do assalto no táxi do pai, e, ainda, Carlos Roberto Silva, 21, que estava no táxi com Thiago.


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