São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Calouros de faculdades de São Paulo nadam no barro e jogam bingo humano

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO

Os calouros de psicologia da PUC-SP tiveram como parte do trote um jogo chamado "bingo humano", ontem. Para ganhar a brincadeira, era preciso estar vestindo uma calcinha vermelha, tocar violão, contar uma piada, imitar o Silvio Santos, virar um copo de pinga, colocar a língua no nariz e saber o que é fenomenologia, entre outras tarefas. "Foi muito divertido", disse a aluna Ana Paula Gonçalves, 19.
Em Ribeirão Preto, novatos da USP não pediam simplesmente algumas moedas nos "pedágios". Vestindo camisetas com uma tabela de preços, eles vendiam beijos na boca por R$ 10. Outros tiveram de rastejar por um corredor cheio de tinta guache branca.
Cobertos por lama, calouros da Poli-USP chamavam a atenção na rua Ministro Godói, perto da PUC-SP. Fábio Correa, 20, Gustavo Braid, 18, e Bruno Porto, 18, contam que tiveram de nadar numa poça de barro. "Imitamos anjinhos e nadamos ali. Depois, fomos para uma piscina de criança, com 3.000 litros de água suja", diz Correa.
Os três fizeram a matrícula ontem e, dando muita risada, afirmam que suas camisetas e cuecas foram arrancadas durante o trote.
Já um calouro de administração da PUC afirma que não pediram sua autorização para cortar seu cabelo, mas ele não ficou bravo com isso. "Já estava curto mesmo." O aluno levou uma ovada, "um banho de pinga" e teve as unhas pintadas. "Foi tudo na boa. Mas, quando fizemos a dança do Creo [com alusão ao ato sexual] para os motoristas, um garoto não quis dançar e houve discussão."
Na Faculdade de Direito da USP, o trote contou com a participação de cerca de 400 alunos, segundo o centro acadêmico da instituição. Os calouros foram para cruzamentos fazer o "pedágio". Lá pelas 16h, foram ao "porão", como é conhecido o bar no subsolo da instituição. "Foi tudo bem tranqüilo", disse Mathias Xavier, membro do Centro Acadêmico 11 de Agosto.
A aluna de letras da PUC-SP Marcela Cerbara, 19, também levou tudo na esportiva. "É uma forma de entrosar."


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