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No interior de SP, grávida sofre queimaduras durante trote
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma estudante de 18 anos,
grávida de três meses, foi internada em Santa Fé do Sul (625
km de SP) após sofrer queimaduras em um trote. Segundo
ela, uma aluna jogou uma mistura líquida com tíner e creolina em seu corpo. O caso foi parar na polícia.
Em entrevista à Folha, Priscilla Muniz conta que, na noite
de segunda, foi assistir à primeira aula do curso de análise e
desenvolvimento de sistemas
na Funec (Fundação Municipal de Educação e Cultura). Ao
deixar a unidade com uma amiga, depois de passar pela portaria da instituição, Priscilla afirma que foi surpreendida por
uma aluna de pedagogia.
"Ela chegou dizendo que, se
não me pegasse ali, me pegaria
outro dia. Eu tentei sair, disse
que estava grávida. Ela jogou o
líquido em mim. Minha amiga
tentou me proteger."
Atingida, a estudante começou a passar mal. "Minha vista
escureceu, meu corpo começou a queimar, parecia que estava fritando a minha pele."
Em busca de socorro, Priscilla telefonou para o pai, o empresário Pedro Muniz, 64. "Foi
estarrecedor, cheguei e a encontrei quase desmaiando.
Achei muito assustador tudo
aquilo", disse o pai.
A estudante diz que ficou internada até o final da tarde de
anteontem. "Foram queimaduras de segundo grau, nas costas,
pernas e braços."
Depois de saber que o bebê
está bem de saúde, Priscilla diz
que ainda não tem certeza se
irá continuar a estudar na instituição. "Quero ir para a faculdade, mas estudar sossegada. A
faculdade me ligou e disse que
vai tomar providência. Ou eles
retiram ela [a estudante de pedagogia] da faculdade, ou vou
processar a instituição."
Em nota oficial, a Funec declarou "que não pode ser responsabilizada por ações de estudantes fora do espaço geográfico de seus campi". Segundo a instituição, o trote na universidade estava proibido. "A
Funec aguardará o esclarecimento dos fatos e tomará as
medidas cabíveis", diz a nota.
No boletim de ocorrência, a
agressora não tinha sido identificada, mas é descrita como
branca, cabelos castanhos, estatura média e de 20 a 22 anos.
A reportagem não contatou o
delegado que investiga o caso.
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