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Comissão formada por ex-presidentes propõe novo foco no combate a drogas
DA SUCURSAL DO RIO
O combate às drogas deve sofrer uma mudança de foco, com
ações educativas para reduzir o
consumo como alternativa ao
enfrentamento armado ao crime organizado e à criminalização do usuário. A proposta foi
feita ontem por uma comissão
internacional formada por ex-presidentes do Brasil, México e
Colômbia, além de políticos,
acadêmicos e escritores.
O grupo de 17 pessoas -que
conta, entre outros, com os escritores Mario Vargas Llosa e
Paulo Coelho- defende que a
droga seja tratada como uma
questão de saúde pública.
Para a comissão, que conta
com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (Brasil),
César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México), usuários não deveriam ser presos ao
serem flagrados com pequena
quantidade de drogas, mas sim
tratados. "Reconhecemos que a
maconha tem um impacto negativo sobre a saúde. A descriminalização do consumo de
forma isolada de nada serviria.
Ela só faz sentido articulada
com um grande esforço de redução do consumo mediante a
prevenção", disse FHC.
"Já há legislação no mundo,
inclusive no Brasil, que em pequena dose de consumo individual não é crime. Descriminalizar não quer dizer apoiar, dizer
pode. Quer dizer, se for pego,
não é preso."
Para a comissão, o foco no
combate aos cartéis criminosos
e na criminalização do usuário
não surtiu os efeitos esperados.
De acordo com estudo do
economista Peter Reuter, usado pela comissão, a prisão de
pessoas por posse ou venda de
drogas nos EUA subiu de 50 mil
em 1980 para 500 mil em 2007,
sem que houvesse aumento no
preço. Um relatório da comissão será enviado para a reunião
interministerial da ONU, em
março, para revisão de políticas
antidrogas.
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