São Paulo, quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

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Fiocruz "assume" gestão da saúde em duas cidades do Rio de Janeiro

Nova Friburgo e Nova Iguaçu enfrentam problemas como falta de médicos

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Pesquisadores da Fiocruz vão "assumir" a gestão de saúde de dois municípios do Rio para tentar organizar redes de unidades desintegradas, implementar programas de atenção básica e combater doenças como a dengue, tudo isso com falta de médicos e capacidade de contratação escassa.
Formalmente, as Prefeituras de Nova Friburgo e de Nova Iguaçu assinaram um protocolo de cooperação técnica com a fundação. Mas, na prática, os prefeitos reconhecem que entregaram o destino do sistema de saúde em suas cidades aos profissionais da Fiocruz, que quer colocar em prática os estudos elaborados na Escola Nacional de Saúde Pública.
Fundação vai definir soluções para problemas na integração entre unidades de saúde, na rede de atenção básica em postos e unidades pré-hospitalares, e na implantação do Programa da Saúde da Família.
Em Nova Iguaçu, os pesquisadores vão administrar uma cidade que "exporta" doentes para a capital e, ao mesmo tempo, "importa" pacientes na Baixada Fluminense, região com um déficit de 3 mil leitos -60% dos atendimentos no Hospital Municipal da Posse são de moradores de outras cidades da região. A cidade tem 22 postos de saúde, cinco unidades pré-hospitalares e um hospital de referência para uma população de cerca de 830 mil pessoas.
O município pretende gastar neste ano R$ 259 milhões em saúde, sendo cerca de 80% repasses da União, vinculados ao SUS. Na cidade, os pesquisadores formarão um colegiado que decidirá sobre a gestão do saúde no município -o cargo de secretário foi extinto.
"Temos vários complicadores como falta de profissionais e até estrutura física para abrigar novas unidades de saúde de atenção básica. Vamos ter que adequar as propostas à capacidade financeira do município", disse o coordenador do colegiado, Marcos de Sousa, que considera a dengue a principal doença a ser combatida.
Em Nova Friburgo, o secretário de Saúde, Carlos Rubens Cardoso, foi indicado pela fundação. O mesmo acordo de cooperação foi assinado há duas semanas e ainda está em adaptação. A reportagem solicitou dados sobre o sistema de saúde do município, mas até a conclusão desta edição, as questões não haviam sido respondidas.
Carvalho disse que as duas experiências -iniciadas, afirma, por iniciativa dos prefeitos- podem ser repetidas em alguns municípios do país. Mas reconhece que a Fiocruz não tem pessoal para ajudar desta forma todos as cidades.
"Para isso estamos criando um centro de apoio à gestão municipal. Será um órgão interno à Escola Nacional de Saúde Pública que vai juntar todas essas metodologias, todo esse conhecimento à disposição dos municípios".


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