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Fiocruz "assume" gestão da saúde em duas cidades do Rio de Janeiro
Nova Friburgo e Nova Iguaçu enfrentam problemas como falta de médicos
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Pesquisadores da Fiocruz
vão "assumir" a gestão de saúde
de dois municípios do Rio para
tentar organizar redes de unidades desintegradas, implementar programas de atenção
básica e combater doenças como a dengue, tudo isso com falta de médicos e capacidade de
contratação escassa.
Formalmente, as Prefeituras
de Nova Friburgo e de Nova
Iguaçu assinaram um protocolo de cooperação técnica com a
fundação. Mas, na prática, os
prefeitos reconhecem que entregaram o destino do sistema
de saúde em suas cidades aos
profissionais da Fiocruz, que
quer colocar em prática os estudos elaborados na Escola Nacional de Saúde Pública.
Fundação vai definir soluções para problemas na integração entre unidades de saúde, na rede de atenção básica
em postos e unidades pré-hospitalares, e na implantação do
Programa da Saúde da Família.
Em Nova Iguaçu, os pesquisadores vão administrar uma
cidade que "exporta" doentes
para a capital e, ao mesmo tempo, "importa" pacientes na Baixada Fluminense, região com
um déficit de 3 mil leitos -60%
dos atendimentos no Hospital
Municipal da Posse são de moradores de outras cidades da região. A cidade tem 22 postos de
saúde, cinco unidades pré-hospitalares e um hospital de referência para uma população de
cerca de 830 mil pessoas.
O município pretende gastar
neste ano R$ 259 milhões em
saúde, sendo cerca de 80% repasses da União, vinculados ao
SUS. Na cidade, os pesquisadores formarão um colegiado que
decidirá sobre a gestão do saúde no município -o cargo de
secretário foi extinto.
"Temos vários complicadores como falta de profissionais
e até estrutura física para abrigar novas unidades de saúde de
atenção básica. Vamos ter que
adequar as propostas à capacidade financeira do município",
disse o coordenador do colegiado, Marcos de Sousa, que considera a dengue a principal doença a ser combatida.
Em Nova Friburgo, o secretário de Saúde, Carlos Rubens
Cardoso, foi indicado pela fundação. O mesmo acordo de cooperação foi assinado há duas
semanas e ainda está em adaptação. A reportagem solicitou
dados sobre o sistema de saúde
do município, mas até a conclusão desta edição, as questões
não haviam sido respondidas.
Carvalho disse que as duas
experiências -iniciadas, afirma, por iniciativa dos prefeitos- podem ser repetidas em
alguns municípios do país. Mas
reconhece que a Fiocruz não
tem pessoal para ajudar desta
forma todos as cidades.
"Para isso estamos criando
um centro de apoio à gestão
municipal. Será um órgão interno à Escola Nacional de Saúde Pública que vai juntar todas
essas metodologias, todo esse
conhecimento à disposição dos
municípios".
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