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SUPERPOPULAÇÃO
Média de escolas de ponta é afetada por desempenho do resto da rede
Número de alunos dilui nota de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Os contrastes da cidade de São
Paulo estão nos resultados do
Enem. Enquanto a capital tem 14
escolas de ponta, com médias
acima de 70 (de boa a excelente),
sua posição no ranking geral é
um apagado 37º lugar. Se considerarmos só colégios particulares, ganha um posto (36º), mas,
entre a rede pública, cai para 68º.
A situação, para especialistas,
deve-se à grande quantidade de
alunos das redes, o que pulveriza
as notas dos colégios de ponta, e
à existência de várias escolas privadas sem qualidade, além de
uma rede pública que apresenta
uma série de problemas.
Professora da Faculdade de
Educação da USP, Lisandre Maria Castello Branco acredita que
a colocação de São Paulo só melhorará quando o processo de
educação for contínuo, desde a
creche. "A escolarização precisa
ocorrer em tempo integral, com
horários para atividades curriculares e esportivas, de artes e de
lazer, respeitando, inclusive, o
direito de não se fazer nada",
afirma. "E isso tudo precisa ter
como garantia um professor
identificado com seu compromisso e devidamente formado."
Apesar da colocação ruim, São
Paulo tem escolas de ponta. A
Folha traçou o perfil das 15 primeiras. Com propostas e mensalidades bem diferentes, há dois
pontos em comum: muita lição
de casa e preferência quase absoluta pelo livro didático à apostila.
Das 15 escolas, duas são públicas (uma técnica federal e outra
técnica estadual) e todas têm lição de casa diária. O tempo médio para o aluno a resolver é de
duas horas e meia a três horas.
No 2º ano do ensino médio do
colégio Bandeirantes, segundo
no ranking, Marina Ballini Luiz,
15, estuda de manhã e, quatro
vezes por semana, fica na escola
para atividades à tarde. A lição
de casa é feita à noite. "Levo uma
hora e meia. Se for de física, gasto mais tempo. Não precisava de
tanta lição."
(DANIELA TÓFOLI)
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