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Autores divergem
sobre influência
dos homens
DA REVISTA DA FOLHA
Eles têm muita coisa em
comum: são dois dos mais
famosos autores de novela
do Brasil, criadores de enigmas e polêmicas que dão o
que falar, mas Aguinaldo Silva, 60, e Silvio de Abreu, 63,
divergem quando o tema é a
influência que a audiência
masculina exerce no
desenrolar da trama.
Folha - O público masculino
vem aumentando?
Aguinaldo Silva -Acho que
esse interesse cresceu durante "Senhora do Destino". Foi
graças a eles que a novela
conseguiu 51 pontos de audiência, 4,5 a mais que as
quatro anteriores, e a partir
daí o público se manteve estável. Penso que o responsável foi o bicheiro Giovanni
(José Wilker). Tanto que,
nos grupos de discussão, as
mulheres se queixavam:
"Meu marido agora só quer
saber do dr. Giová".
Silvio de Abreu - Homem
sempre se interessou por novela, desde que a história
não fosse excessivamente
romântica ou ingênua, mas
demorou para assumir. O
grande sucesso era ter personagens do universo dos homens, como Odorico Paraguassu (Paulo Gracindo) e
Zeca Diabo (Lima Duarte), e
histórias com apelo sexual
definido na figura feminina,
como Gabriela (Sonia Braga). Acredito que até hoje a
preferência deles vai para
histórias mais politizadas e
críticas, com sexo e humor.
Folha - Os senhores criam
personagens ou situações mirando os homens?
Aguinaldo - Antes não, mas
essa preocupação existe agora. A cada capítulo de "Senhora", eu escrevia sempre
algumas cenas para o público masculino: todas as do
núcleo da escola de samba e
algumas no restaurante
Monsieur Vatel, por exemplo. Homens não têm paciência para muita conversa.
Silvio - No meu caso é tudo intuitivo. Não uso fórmulas. Gosto de me surpreender com o resultado.
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