São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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Autores divergem sobre influência dos homens

DA REVISTA DA FOLHA

Eles têm muita coisa em comum: são dois dos mais famosos autores de novela do Brasil, criadores de enigmas e polêmicas que dão o que falar, mas Aguinaldo Silva, 60, e Silvio de Abreu, 63, divergem quando o tema é a influência que a audiência masculina exerce no desenrolar da trama.

Folha - O público masculino vem aumentando?
Aguinaldo Silva -
Acho que esse interesse cresceu durante "Senhora do Destino". Foi graças a eles que a novela conseguiu 51 pontos de audiência, 4,5 a mais que as quatro anteriores, e a partir daí o público se manteve estável. Penso que o responsável foi o bicheiro Giovanni (José Wilker). Tanto que, nos grupos de discussão, as mulheres se queixavam: "Meu marido agora só quer saber do dr. Giová".
Silvio de Abreu - Homem sempre se interessou por novela, desde que a história não fosse excessivamente romântica ou ingênua, mas demorou para assumir. O grande sucesso era ter personagens do universo dos homens, como Odorico Paraguassu (Paulo Gracindo) e Zeca Diabo (Lima Duarte), e histórias com apelo sexual definido na figura feminina, como Gabriela (Sonia Braga). Acredito que até hoje a preferência deles vai para histórias mais politizadas e críticas, com sexo e humor.

Folha - Os senhores criam personagens ou situações mirando os homens?
Aguinaldo -
Antes não, mas essa preocupação existe agora. A cada capítulo de "Senhora", eu escrevia sempre algumas cenas para o público masculino: todas as do núcleo da escola de samba e algumas no restaurante Monsieur Vatel, por exemplo. Homens não têm paciência para muita conversa.
Silvio - No meu caso é tudo intuitivo. Não uso fórmulas. Gosto de me surpreender com o resultado.


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