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PANORÂMICA
Exército diz que fará ações mais "direcionadas"
DA SUCURSAL DO RIO
Após nove dias de operações
intensivas em até dez favelas do
centro e das zonas norte e oeste
do Rio, o Exército anunciou "uma
nova fase mais direcionada" de
sua atuação na busca por dez fuzis
e uma pistola roubados de um
quartel em São Cristóvão.
"A operação tem sido mais dinâmica, maciça. Agora, começará
uma nova fase mais direcionada,
centrada nas informações obtidas
pelo disque-denúncia e pelo setor
de inteligência", afirmou ontem o
tenente-coronel Munir El Mohi,
relações-públicas do Exército.
Até ontem, soldados do Exército ocupavam seis favelas. A tendência era que as buscas se concentrassem em três: Providência,
Mangueira e Nova Brasília. O
Exército diz que irá manter na
operação um efetivo de 1.200 homens e nega que tenha tido início
a volta aos quartéis. Seria apenas
o direcionamento das tropas para
locais onde haveria maior chance
de recuperação das armas.
A madrugada de ontem registrou novos tiroteios no morro da
Providência, na região central do
Rio. Houve várias trocas de tiros
entre 0h e 6h, mas a de maior intensidade ocorreu por volta das
4h30. O momento de maior tensão coincidiu com a chegada ao
Rio de um cruzeiro com 1.100 turistas estrangeiros no Cais do Porto, a poucos quilômetros da favela. A Companhia Docas negou
que balas perdidas tivessem atingido o navio, como disseram moradores da Providência.
Às 11h30 de ontem, após um helicóptero realizar um sobrevôo
rasante, o tiroteio foi retomado.
Ninguém foi ferido ou preso, de
acordo com o Exército.
Um adolescente de 12 anos foi
baleado por volta das 21h30 de
anteontem. Genilson dos Santos
Batista foi atingido no antebraço
esquerdo e levado ao Hospital
Souza Aguiar por uma caminhonete do Exército. Foi operado e
seu estado é estável. O Exército
diz que a bala que o atingiu partiu
de uma pistola, arma que seus homens não utilizam. Cerca de 300
militares estão na Providência,
onde já foram apreendidos dez
quilos de cocaína e munição.
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