São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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PANORÂMICA

Exército diz que fará ações mais "direcionadas"

DA SUCURSAL DO RIO

Após nove dias de operações intensivas em até dez favelas do centro e das zonas norte e oeste do Rio, o Exército anunciou "uma nova fase mais direcionada" de sua atuação na busca por dez fuzis e uma pistola roubados de um quartel em São Cristóvão.
"A operação tem sido mais dinâmica, maciça. Agora, começará uma nova fase mais direcionada, centrada nas informações obtidas pelo disque-denúncia e pelo setor de inteligência", afirmou ontem o tenente-coronel Munir El Mohi, relações-públicas do Exército.
Até ontem, soldados do Exército ocupavam seis favelas. A tendência era que as buscas se concentrassem em três: Providência, Mangueira e Nova Brasília. O Exército diz que irá manter na operação um efetivo de 1.200 homens e nega que tenha tido início a volta aos quartéis. Seria apenas o direcionamento das tropas para locais onde haveria maior chance de recuperação das armas.
A madrugada de ontem registrou novos tiroteios no morro da Providência, na região central do Rio. Houve várias trocas de tiros entre 0h e 6h, mas a de maior intensidade ocorreu por volta das 4h30. O momento de maior tensão coincidiu com a chegada ao Rio de um cruzeiro com 1.100 turistas estrangeiros no Cais do Porto, a poucos quilômetros da favela. A Companhia Docas negou que balas perdidas tivessem atingido o navio, como disseram moradores da Providência.
Às 11h30 de ontem, após um helicóptero realizar um sobrevôo rasante, o tiroteio foi retomado. Ninguém foi ferido ou preso, de acordo com o Exército.
Um adolescente de 12 anos foi baleado por volta das 21h30 de anteontem. Genilson dos Santos Batista foi atingido no antebraço esquerdo e levado ao Hospital Souza Aguiar por uma caminhonete do Exército. Foi operado e seu estado é estável. O Exército diz que a bala que o atingiu partiu de uma pistola, arma que seus homens não utilizam. Cerca de 300 militares estão na Providência, onde já foram apreendidos dez quilos de cocaína e munição.


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