São Paulo, segunda-feira, 12 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Delegado é acusado de atirar em motorista

Crime ocorreu após um acidente de trânsito na noite de sábado; ele também teria agredido um GCM e atropelado outro

O delegado chegou a ser liberado pela Corregedoria para voltar ao trabalho; à noite, foi anunciado seu afastamento por 60 dias


DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

Acusado de dirigir embriagado, provocar um acidente de trânsito, ameaçar e atirar no motorista do carro em que bateu e, ainda, agredir e atropelar guardas municipais, o delegado da Polícia Civil de São Paulo Mencir Casale Vespasiano foi liberado ontem pela Corregedoria para voltar ao trabalho.
Horas depois, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo convocou uma entrevista em que o delegado-geral do Estado, Mário Jordão Toledo Leme, anunciou o afastamento do policial por 60 dias, durante a investigação.
Procurado pela reportagem, Vespasiano não quis falar sobre o caso. Em depoimento à Corregedoria, o delegado negou as acusações, embora tenha admitido o tiro.
A Corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a circunstância do disparo, se o delegado estava embriagado e se houve lesão corporal e abuso de autoridade.
A confusão começou por volta das 23h de anteontem, quando o auxiliar de enfermagem Jean Araújo dos Santos, 28, parou seu Corsa na avenida Santos Dumont, no Bom Retiro (região central de São Paulo). O delegado, que dirigia um Renault Clio, não conseguiu frear e bateu na traseira do Corsa de Santos.
De acordo com Santos, Vespasiano, que estava acompanhado pelo filho de sete anos, começou a ameaçá-lo com uma arma. "Ele disse para eu sumir dali, senão iria me matar. Depois, atirou no meu pé", afirmou o auxiliar de enfermagem.
O tiro pegou de raspão, estragou o calçado, e o auxiliar de enfermagem decidiu fugir.

Fiscal da CET
Um fiscal da CET (Companhia de Engenharia de Tráfico) que passava pelo local flagrou o delegado com a arma e chamou a Guarda Civil.
Foram ao local os guardas Jorge Pontes, 48, e Eduardo Meirelles, 33. Pontes afirma ter levado um tapa no rosto. Meirelles foi atingido na perna pelo carro do delegado quando este tentou fugir. Policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais) também estiveram no local do incidente.

Dominado
O delegado acabou dominado e foi levado ao Distrito Policial. Ele foi liberado minutos depois com o compromisso de comparecer à Corregedoria na tarde de ontem. Ele compareceu, foi ouvido e então liberado.
De acordo com o delegado-geral, a arma de Vespasiano -uma pistola calibre 45 da polícia- foi apreendida.
"Não estou pré-julgando ou condenando, o afastamento é para que a apuração seja tranqüila", afirmou Mário Jordão Toledo Leme.
De acordo com Leme, o delegado Vespasiano não foi preso em flagrante porque havia versões conflitantes do caso.
O inquérito deverá ser concluído em 15 dias.
(MARIVALDO CARVALHO E ROGÉRIO PAGNAN)

Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Outro lado: Policial afirma que atirou por temer assalto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.