|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Delegado é acusado de atirar em motorista
Crime ocorreu após um acidente de trânsito na noite de sábado; ele também teria agredido um GCM e atropelado outro
O delegado chegou a ser liberado pela Corregedoria para voltar ao trabalho; à noite, foi anunciado seu afastamento por 60 dias
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
Acusado de dirigir embriagado, provocar um acidente de
trânsito, ameaçar e atirar no
motorista do carro em que bateu e, ainda, agredir e atropelar
guardas municipais, o delegado
da Polícia Civil de São Paulo
Mencir Casale Vespasiano foi
liberado ontem pela Corregedoria para voltar ao trabalho.
Horas depois, a Secretaria da
Segurança Pública de São Paulo
convocou uma entrevista em
que o delegado-geral do Estado,
Mário Jordão Toledo Leme,
anunciou o afastamento do policial por 60 dias, durante a investigação.
Procurado pela reportagem,
Vespasiano não quis falar sobre
o caso. Em depoimento à Corregedoria, o delegado negou as
acusações, embora tenha admitido o tiro.
A Corregedoria da Polícia Civil instaurou inquérito para
apurar a circunstância do disparo, se o delegado estava embriagado e se houve lesão corporal e abuso de autoridade.
A confusão começou por volta das 23h de anteontem, quando o auxiliar de enfermagem
Jean Araújo dos Santos, 28, parou seu Corsa na avenida Santos Dumont, no Bom Retiro
(região central de São Paulo). O
delegado, que dirigia um Renault Clio, não conseguiu frear
e bateu na traseira do Corsa de
Santos.
De acordo com Santos, Vespasiano, que estava acompanhado pelo filho de sete anos,
começou a ameaçá-lo com uma
arma. "Ele disse para eu sumir
dali, senão iria me matar. Depois, atirou no meu pé", afirmou o auxiliar de enfermagem.
O tiro pegou de raspão, estragou o calçado, e o auxiliar de
enfermagem decidiu fugir.
Fiscal da CET
Um fiscal da CET (Companhia de Engenharia de Tráfico)
que passava pelo local flagrou o
delegado com a arma e chamou
a Guarda Civil.
Foram ao local os guardas
Jorge Pontes, 48, e Eduardo
Meirelles, 33. Pontes afirma ter
levado um tapa no rosto. Meirelles foi atingido na perna pelo
carro do delegado quando este
tentou fugir. Policiais do GOE
(Grupo de Operações Especiais) também estiveram no local do incidente.
Dominado
O delegado acabou dominado e foi levado ao Distrito Policial. Ele foi liberado minutos
depois com o compromisso de
comparecer à Corregedoria na
tarde de ontem. Ele compareceu, foi ouvido e então liberado.
De acordo com o delegado-geral, a arma de Vespasiano
-uma pistola calibre 45 da polícia- foi apreendida.
"Não estou pré-julgando ou
condenando, o afastamento é
para que a apuração seja tranqüila", afirmou Mário Jordão
Toledo Leme.
De acordo com Leme, o delegado Vespasiano não foi preso
em flagrante porque havia versões conflitantes do caso.
O inquérito deverá ser concluído em 15 dias.
(MARIVALDO CARVALHO E ROGÉRIO PAGNAN)
Texto Anterior: Há 50 Anos Próximo Texto: Outro lado: Policial afirma que atirou por temer assalto Índice
|