São Paulo, sábado, 12 de março de 2011

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Corregedor apura espionagem a secretário

Inquérito policial irá investigar divulgação de imagens do secretário da Segurança Pública, Ferreira Pinto

Há indícios de que policiais solicitaram imagens do shopping Pátio Higienópolis para prejudicar secretário


DE SÃO PAULO

A Corregedoria-Geral da Polícia Civil de SP abriu ontem um inquérito policial para apurar o vazamento de imagens do circuito interno do shopping Pátio Higienópolis que mostram o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto.
O responsável pela investigação será o próprio chefe da Corregedoria, o delegado Délio Marcos Montresor.
A investigação foi determinada pelo chefe da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, por haver indícios de que policiais solicitaram as imagens com a intenção de prejudicar o secretário Ferreira Pinto.
No vídeo, o secretário aparece com o repórter da Folha Mario Cesar Carvalho.
As imagens foram divulgadas em sites e blogs -um deles ligado a policiais civis-, que relacionaram o encontro à reportagem do jornalista sobre a venda de dados sigilosos por um funcionário da Segurança, o sociólogo Túlio Kahn, que foi demitido.
Desde o início da sua gestão, ainda na administração José Serra (PSDB), Ferreira Pinto investigou irregularidades envolvendo mais de 800 delegados (de um total de 3.300) -o que provocou uma crise na polícia paulista.
Em nota, a própria Secretaria da Segurança disse que há fortes indícios de que grupos criminosos estavam espionando "o primeiro escalão do Estado".
Ontem, Ferreira Pinto teve nova reunião com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) -é o segundo dia consecutivo que eles se encontram para discutir a crise instaurada após a divulgação das cenas.
Por meio do secretário-adjunto da Segurança Pública, Arnaldo H. Salles Lima Júnior, a direção do Pátio Higienópolis enviou pedido de "desculpas" a Ferreira Pinto. Pediu ainda para que ele considerasse que o shopping, que diz ter entregue o vídeo a policiais, foi "induzido a erro" ao entregar as imagens.

SHOPPING NÃO FALA
Desde o vazamento do vídeo na internet, na quarta-feira, a Folha questiona o shopping sobre quem teria solicitado as imagens.
Num primeiro momento, a Corregedoria irá investigar a conduta do Pátio Higienópolis e, na sequência, irá tentar descobrir quem pegou a gravação e a divulgou.
A Corregedoria-Geral da Administração, ligada ao Palácio dos Bandeirantes, enviou ofício ontem ao shopping pedindo a data e o nome de quem solicitou o vídeo.
Na quarta, o Pátio Higienópolis informou que as imagens foram repassadas a "órgãos oficiais". O shopping alega ter fornecido a gravação para uma investigação, mas não informa qual.
Anteontem, após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmar que ninguém do Estado fez pedido algum para obter as imagens, o shopping mudou a versão e passou a afirmar ter entregue a gravação a "policiais".


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