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Hospitais recorrem a geradores
da Reportagem Local
O funcionamento de hospitais
em São Paulo durante o blecaute
iniciado ontem às 22h16 dependeu
de geradores e do improviso das
equipes de atendimento. No Hospital das Clínicas, houve falta de
luz inclusive em salas de emergência (leia texto ao lado).
O Hospital do Ipiranga, da rede
pública estadual, ficou sem energia
elétrica por uma hora e 25 minutos. Uma mulher que passava por
uma cesária foi suturada à luz de
lanternas, porque o gerador do
hospital não funcionou. Os bombeiros foram acionados para levar
um gerador de emergência.
Quando a luz acabou, os médicos
tiveram de improvisar iluminação
para costurar sua barriga, usando,
por exemplo, a lanterna de um laringoscópio (instrumento usado
para examinar a laringe).
De acordo com a pediatra Águida Rodrigues, 47, os aparelhos do
hospital funcionam com bateria
que dura pouco mais de uma hora.
Graças à bateria, três bebês que estavam no aparelho de respiração
artificial do berçário sobreviveram. "A preocupação era que a bateria acabasse antes de o gerador
chegar", disse a pediatra.
Reanimação no escuro
Para a médica residente Christiane Gomes Rosa, "foi um horror".
Ela estava no pronto-socorro
quando o hospital ficou às escuras.
"Se um paciente morresse, ninguém teria visto. Não aconteceu algo grave por sorte", ela disse.
Ela contou que, logo depois que a
energia voltou, um paciente sofreu
parada respiratória. Enquanto estava sendo reanimado manualmente, a luz acabou de novo. Ele
foi reanimado no escuro.
A menina que nasceu logo antes
do blecaute vai se chamar Valéria e
pesa 3.440 kg. Segundo Rodrigues,
ela está passando bem. "Quem
mais sofreu foi a mãe", disse. A recém-nascida não tomou banho depois do parto por causa da falta de
luz.
Na Santa Casa de São Paulo, o
blecaute fez com que alguns setores do hospital, como a UTI e o
berçário, ficassem sem luz durante
cerca de duas horas e meia.
O caso mais grave ocorreu na
área infantil da UTI, em que uma
das seis crianças que estavam internadas precisou ser transferida
para o centro cirúrgico.
Segundo o Corpo de Bombeiros,
outros dois hospitais -o Pérola
Byington (região central de São
Paulo) e o Leonor Mendes de Barros, no Belém (zona sudeste de São
Paulo)- solicitaram geradores.
No Pérola Byington, todos os setores ficaram sem luz. Não foi registrado um aumento no número
de internações no pronto socorro.
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