JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local

O PPB decidiu ontem à noite, após reunião de líderes com o prefeito Celso Pitta (PPB), colocar seu vereador mais experiente na CPI da máfia. Nomeou Brasil Vita para integrar a investigação, que vai ser comandada por José Eduardo Cardozo (PT).
A nomeação foi uma surpresa. O próprio Vita havia anunciado em plenário, no dia em que a comissão foi aprovada, que o PPB não participaria da apuração.
O partido também já tinha anunciado o nome de dois parlamentares para a mesma vaga -Alan Lopes e Paulo Frange.
Hoje, acontece a primeira sessão da comissão, convocada para escolher o relator da apuração.
Segundo a Folha apurou, a mudança feita pelo PPB faz parte de uma estratégia para o partido ter na comissão um vereador capaz de enfrentar as habilidades de Cardozo no comando de CPI.
Não havia nome melhor no PPB. Vita tem quase 40 anos consecutivos de mandato e conhece as regras da Câmara para usar em favor da situação na CPI.
Cardozo é advogado e foi presidente de uma comissão que investigou denúncias de corrupção na Regional da Sé em 95.
A diferença entre os dois, além das posições políticas que defendem, é que Vita não pretendia participar da CPI.
Na bancada do PPB, havia vereadores preocupados em participar de apuração pelo risco de ela poder envolver a investigação de parlamentares da própria bancada.

Sem votação
Ontem, antes do nome de Vita aparecer na CPI, havia uma decisão de obstruir a sessão de hoje.
A estratégia seria alegar que não era preciso escolher o relator na primeira sessão.
Era um sinal de que os governistas não tinham entrado em um acordo sobre como ficaria o PPB na investigação.
Com a entrada de Vita, há a possibilidade de ele disputar a vaga de relator com Milton Leite (PMDB), que era candidato até ontem, e com Dalton Silvano (PSDB).
Vita não foi encontrado ontem à noite para falar sobre o assunto.
Para ser eleito, o relator precisa de três votos. Votam os cinco vereadores que fazem parte da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Além de Vita, a situação tem o voto de Wadih Mutran (PPB).
Na oposição, são dois votos. Um do presidente da CPI e outro de Silvano (PSDB). A relatoria é o cargo mais importante, depois da função do presidente. É o relator que elabora o documento final, que pode até envolver o pedido de cassação de um vereador.


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