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Procuradoria vai investigar deputado
MARIO CESAR CARVALHO
da Reportagem Local
O procurador-geral de Justiça de
São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, solicitou ao delegado-geral de polícia cópias de documentos que citam o deputado estadual Conte Lopes (PPB) como tendo recebido supostamente R$
3.550 de loteadores clandestinos
em setembro do ano passado.
A Folha revelou no último domingo que o nome do deputado
aparece no suposto caixa de cooperativas que promovem loteamentos clandestinos ao lado do
Parque Estadual da Cantareira (zona norte de São Paulo), em área de
preservação ambiental.
Os documentos fazem parte do
inquérito sobre a máfia da propina
na regional Jacanã-Tremembé,
controlada pelo vereador Cosme
Lopes (PPB), sobrinho de Conte.
O procurador-geral quer analisar
os documentos para ver se há indícios para iniciar uma investigação
sobre Conte Lopes.
Como é deputado estadual e tem
imunidade parlamentar, Conte
Lopes só pode ser investigado pelo
procurador-geral. Sua situação é
diferente dos vereadores, que não
têm imunidade e podem ser investigados por qualquer procurador.
O documento lista supostos pagamentos a dois assessores do vereador Cosme Lopes, líder do PPB
na Câmara, faz uma menção ao nome Cosme, e cita supostas propinas a órgãos da polícia, como o Depatri (departamento que investiga
crimes contra o patrimônio) e a
Polícia Florestal.
O deputado Conte Lopes, ex-capitão da polícia que está em seu
quarto mandato, disse que não sabe como o seu nome foi parar no
suposto caixa da cooperativa chamada Labitare.
"Nunca fui à regional Jaçanã-Tremembé, não conheço ninguém
da Labitare e não mandei pegar dinheiro de ninguém."
Conte afirma que conheceu um
administrador da regional Jaçanã-Tremembé, José Carlos Miranda,
que ocupou o cargo a partir de
1993, e denunciou-o quando chegou a ele informações de que Miranda estaria envolvido em tentativa de suborno. Miranda acabou
demitido à época. "Não tenho contato com ninguém de regional",
disse o deputado.
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