São Paulo, Sexta-feira, 12 de Março de 1999
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Procuradoria vai investigar deputado

MARIO CESAR CARVALHO
da Reportagem Local

O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Guimarães Marrey, solicitou ao delegado-geral de polícia cópias de documentos que citam o deputado estadual Conte Lopes (PPB) como tendo recebido supostamente R$ 3.550 de loteadores clandestinos em setembro do ano passado.
A Folha revelou no último domingo que o nome do deputado aparece no suposto caixa de cooperativas que promovem loteamentos clandestinos ao lado do Parque Estadual da Cantareira (zona norte de São Paulo), em área de preservação ambiental.
Os documentos fazem parte do inquérito sobre a máfia da propina na regional Jacanã-Tremembé, controlada pelo vereador Cosme Lopes (PPB), sobrinho de Conte.
O procurador-geral quer analisar os documentos para ver se há indícios para iniciar uma investigação sobre Conte Lopes.
Como é deputado estadual e tem imunidade parlamentar, Conte Lopes só pode ser investigado pelo procurador-geral. Sua situação é diferente dos vereadores, que não têm imunidade e podem ser investigados por qualquer procurador.
O documento lista supostos pagamentos a dois assessores do vereador Cosme Lopes, líder do PPB na Câmara, faz uma menção ao nome Cosme, e cita supostas propinas a órgãos da polícia, como o Depatri (departamento que investiga crimes contra o patrimônio) e a Polícia Florestal.
O deputado Conte Lopes, ex-capitão da polícia que está em seu quarto mandato, disse que não sabe como o seu nome foi parar no suposto caixa da cooperativa chamada Labitare.
"Nunca fui à regional Jaçanã-Tremembé, não conheço ninguém da Labitare e não mandei pegar dinheiro de ninguém."
Conte afirma que conheceu um administrador da regional Jaçanã-Tremembé, José Carlos Miranda, que ocupou o cargo a partir de 1993, e denunciou-o quando chegou a ele informações de que Miranda estaria envolvido em tentativa de suborno. Miranda acabou demitido à época. "Não tenho contato com ninguém de regional", disse o deputado.


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